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BA: Seagri licita compra de 70 mil animais

postado em 14/01/2008

4 comentários
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A Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) inicia em fevereiro o processo licitatório para a aquisição, junto a empresas e criadores, de caprinos e ovinos das raças Anglo-Nubiana e Santa Inês, além de raças nativas.

A iniciativa, que contempla ainda a compra de equipamentos, contará com recursos da ordem de R$16 milhões. De acordo com o superintendente da agricultura familiar da Seagri, Ailton Florêncio, o objetivo é adquirir cerca de 70 mil animais através de licitação, os quais serão distribuídos para 13,3 mil famílias de agricultores familiares do semi-árido baiano - beneficiados com o programa Sertão Produtivo.

"Será contemplado aquele agricultor familiar que estiver inserido no Bolsa Família, tiver pelo menos cinco hectares de terra e que se disponha a seguir as recomendações técnicas para ter acesso a esses animais", afirma. Segundo Ailton, cada grupo participante receberá cinco fêmeas, sendo que a distribuição dos animais ocorrerá em regime de doação rotativa. "Após 18 meses, quem recebeu fará a doação da mesma quantidade de animais para uma segunda família", explica.

Além da aquisição de matrizes e reprodutores, serão entregues também kits para ensilagem de forrageiras visando à reserva alimentar estratégica do rebanho durante o período de estiagem.

As informações são do Correio da Bahia.

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Comentários

Marcelo Emmanuel Silva

Ribeira do Pombal - Bahia - Técnico
postado em 14/01/2008

Excelente iniciativa do governo da Bahia.Além do incremento na renda das famílias benefificiadas, haverá um salto na qualidade produtiva do rebanho nativo, com a inserção de raças melhoradas e do manejo orientado.

João Luiz Lopes/Tecnovinos

Goiânia - Goiás - Ovinos/Caprinos
postado em 15/01/2008

Excelente a ação proposta pelo governo da Bahia.
Quem dera fosse assim de norte a sul do Brasil.
Só precisa se ter um cuidado especial na distribuição destes animais, entretanto vale a pena.

Acho, também que não é só a distribuição de animais que alavancará o desenvolvimento da ovinocaprinocultura no nordeste semi-árido. É preciso mais ações além desta, como por exemplo: aporte técnico, conscientização e organização do criador, melhoria alimentar, etc.

Eu não estou dizendo que não exista isso nesse projeto, entretanto o que observamos, na grande maioria das vezes, é que programas como esse são "jogados-empurrados" aos criadores e depois só sobra o prejuizo, seja para o criador ou para o governo (CONTRIBUINTES).

Deve-se ter muito cuidado na escolha dos participantes (não é só porque faz parte do bolsa família), observar se ele, realmente, quer e tem capacidade de participar do programa, se o criador está propenso a receber treinamentos, ou mesmo, se está só presente para "ganhar" os animais. Tudo deve ser avaliado com muito rigor afim de se evitar a banalização do setor.
Parabéns ao pessoal da Bahia que o seu projeto possa ser repetido por outras SEAGRI´s brasileiras.

Roberto Moreira de Azambuja

Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Instituições governamentais
postado em 15/01/2008

Com todo respeito aos técnicos que montaram este projeto, ao meu ver caça votos, pois é impossivel ao produtor que receber 5 femeas devolver 5 femeas em 18 meses. Teria que ter 200% de produção. Só vai beneficar quem vai vender as ovelhas e as familias que receberam. A cadeia produtiva perdeu 70 mil ovelhas.

Manfredo Lucchese

Brasília - Distrito Federal - Pesquisa/ensino
postado em 01/02/2008

Ao contrário do que ocorre nos gabinetes de Porto Alegre RS, não se verifica nas ovelhas das raças Santa Inês e nativas, do Nordeste, estacionalidade reprodutiva. Três ciclos reprodutivos completos ocorrem a cada dois anos: cobertura, gestação, parto, aleitamento e desmame, tudo em oito meses. Cada uma das cinco ovelhas Santa Inês recebidas pelos agricultores terá, em dezoito meses, tempo de sobra para dois ciclos completos, isto é, duas crias, sem contar com a notável tendência da Santa Inês por partos gemelares.

Parabéns ao Governo do Estado da Bahia por engendrar e executar, por preço ínfimo, programa de tão extraordinário alcance social, que beneficiará 13 300 famílias de pequenos agricultores, inicialmente. Importante ressaltar que a devolução dos animais, em dezoito meses, descaracteriza o programa como uma simples doação, mas, sim, como o início de um processo de aquisição de ovinos por aqueles que, não fosse a iniciativa governamental, não o fariam de outra forma.

Colocar a pecha de "caça-votos" em tão elogiável programa, só pode ser atribuída à abominável má vontade neoliberal que insiste nas ultrapassadas concepções de excluir toda ação que vise o social e a distribuição de renda.

O Brasil ganha 13 300 famílias para cuidar de 70 000 ovelhas que, não importa quem as possuam, continuam integradas ao rebanho ovino nacional.

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