A decisão surpreendeu a maioria dos analistas do mercado financeiro, que esperavam um aumento de 0,5 ponto. "Avaliando o cenário macroeconômico e com vistas a promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória de metas, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 13% ao ano, sem viés", informou o comitê em nota após a reunião.
Esse é o terceiro aumento da taxa em 2008. No início do ano, a Selic estava em 11,25% ao ano. Com a alta da inflação, porém, o BC iniciou uma nova série de aumentos dos juros para tentar segurar a escalada de preços. Agora, os juros voltaram ao mesmo patamar de janeiro de 2007. O maior nível da taxa Selic no governo Lula foi alcançado no início do governo, justamente em fevereiro de 2003 (26,5% ao ano).
Entretanto, esse não deve ser o último aumento de juros neste ano. Os economistas ouvidos pelo próprio BC esperam que a taxa básica termine 2008 em 14,25% ao ano. O mercado espera uma nova alta para 13,25% na reunião do Copom no início de setembro; outra para 13,75% em outubro; e para 14,25% em dezembro. O Copom se reúne a cada 45 dias, aproximadamente. Em janeiro de 2009, os juros chegariam a 14,75% e segundo previsões do mercado, e só voltariam a cair no segundo semestre, para terminar o ano em 13,75% a.a..
A alta dos juros é uma tentativa do BC de evitar que a inflação estoure o teto da meta para 2008. A meta definida pelo governo para o IPCA (indicador oficial de inflação medido pelo IBGE) é de 4,5% (centro da meta), com tolerância de dois pontos, podendo chegar a 6,5% (teto da meta). O próprio BC prevê uma inflação de 6% para este ano e de 4,7% para 2009, ambas acima do centro da meta.
A instituição também já admite que há 25% de chances de a inflação estourar o teto da meta para este ano. Para os economistas ouvidos pelo BC, o IPCA vai terminar 2008 em 6,53%. Na avaliação de Henrique Meirelles, presidente do BC, os preços no Brasil estão sendo influenciados não só pelo aumento internacional dos alimentos, mas também pelo forte consumo interno e pelo aumento do crédito. As informações são da Folha Online.
Entenda como a taxa básica de juros influencia a economia.
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