Ele assinalou que no momento a boa notícia é que medidas de proteção não estão impedindo a recuperação do comércio mundial. A produção industrial deu uma virada, com uma tendência positiva em todas as regiões. Mas insistiu que todo cuidado é pouco, à medida que recuperação comercial implica também uma nova luta em torno de importações.
O Banco Mundial vê proliferação de medidas protecionistas desde o ano passado, no rastro da dramática crise global. As investigações antidumping aumentaram 18,5% no primeiro semestre e novas sobretaxas aplicadas cresceram em 30,5%. O protecionismo disfarçado cresce com implementação de regulações, procedimentos aduaneiros mais lentos etc.
O banco constata que os países ricos têm usado subsídios com mais frequência. Já países em desenvolvimento preferem aumentar tarifas, até porque não têm dinheiro para dar subvenções. Três setores agrícolas (de carnes, pesca e de frutas e legumes), metais básicos, têxteis e vestuários e químicos básicos estão no topo da lista das importações sofrendo mais barreiras.
Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, alertou em debate no fórum que a falta de perspectivas para a conclusão da Rodada Doha deverá provocar um número bem maior de disputas comerciais, com os países tentando abrir mercados para suas exportações.
Patrick Low, principal economista da OMC, mantém a estimativa de queda de 10% a 11% em volume no comércio global neste ano. A Iata, entidade das empresas aéreas, reforça essa possibilidade. Informou que o transporte de cargas, que dá uma ideia da saúde no comércio global, melhorou 12% em agosto em comparação ao ponto mais baixo de dezembro de 2008. Mas continua 16% abaixo do nível de abril do ano passado, quando a demanda começou a declinar.
A matéria é de Assis Moreira, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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