Após anunciar medidas para melhorar a liquidez no, o Banco Central (BC) deve se voltar para a concepção de medidas de desobstrução de linhas de crédito para exportação e importação, praticamente travadas desde o fim de setembro, com prejuízos às vendas brasileiras no mercado internacional.
Os bancos estão aguardando exatamente a definição sobre a compra de ativos para decidirem como vão abastecer o mercado de adiantamento de contratos de câmbio (ACC) e continuar financiando as importações.
Num primeiro momento a idéia é injetar - com o incentivo a que os bancos compareçam com maior apetite nos leilões de linhas externas - cerca de R$ 18,9 bilhões no mercado. O leilão de hoje, onde serão ofertados US$ 1 bilhão, será o primeiro teste para ver se esse estímulo será bem sucedido. Novas medidas nessa mesma linha poderão ser providenciadas pelo BC enquanto não se resolve a regulamentação da compra de ativos dos bancos brasileiros no exterior, que é uma medida "bastante trabalhosa".
Hoje a oferta de linhas de crédito de comércio exterior está restrita a não mais do que 20% do que eram antes do agravamento da crise financeira internacional, o que poderá prejudicar sobremaneira as exportações brasileiras. Com o uso de reservas cambiais para comprar ativos de bancos no exterior, o BC poderá adquirir títulos soberanos do Brasil em dólar e mesmo papéis de outros países com rating "A" para cima, dentre outras possibilidades, com compromisso de recompra futura por parte das instituições, o que se configura como um empréstimo. Essa linha funcionará por um determinado tempo determinado e, diante do compromisso de recompra pelos bancos vendedores, não haverá queima de reservas cambiais.
Quando foi anunciada essa medida, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que atendia a ordem do presidente da República para se restabelecer o crédito à exportação.
A matéria é de Claudia Safatle, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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