A decisão do Copom foi dividida. Cinco membros do Comitê votaram por um corte de 1 ponto porcentual e três em favor de um corte de 0,75 ponto. "Avaliando as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, neste momento, reduzir a taxa Selic para 12,75% ao ano sem viés por cinco votos a favor e três votos pela redução da taxa Selic em 0,75 ponto. Com isso, o Comitê inicia um processo de flexibilização da política monetária realizando de imediato parte relevante do movimento da taxa básica de juros, sem prejuízo para o cumprimento da meta de inflação", diz o comunicado divulgado ao final da reunião.
A taxa Selic estava em 13,75% desde 10 de setembro de 2008. Essa é a primeira queda do juro desde setembro de 2007. Naquela ocasião, a taxa caiu de 11,50% para 11,25% ao ano. A última redução do juro de um ponto porcentual aconteceu há mais de cinco anos, em dezembro de 2003, quando a taxa Selic caiu de 17,5% para 16,5%. A ata da reunião será divulgada em 29 de janeiro, próxima quinta-feira, às 8h30. A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 10 e 11 de março de 2009.
A taxa básica de juros é o instrumento pelo qual o BC mantém a inflação sob controle. Como em uma balança, se os juros caem muito, a população tem mais acesso ao crédito e consome mais, e isso pode pressionar os preços para cima. Em caso contrário, quando os juros sobem, diminui o consumo, já os investimentos e os preços caem, com consequente desaceleração da economia.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como "sensata e pragmática" a decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic em um ponto porcentual. A avaliação da Confederação é de que a decisão atende aos anseios da sociedade, representa um primeiro movimento e "que cortes adicionais na taxa básica de juros deverão ocorrer proximamente", disse a CNI, em nota divulgada na noite de ontem.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse que a redução da Selic em 1 ponto é uma demonstração de responsabilidade do Copom em relação ao atual cenário econômico. Ontem, sindicatos de todo o País fizeram manifestações pedindo a queda da Selic.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avaliou que a redução de 1 ponto porcentual da taxa básica de juros, para 12,75% ao ano, não atende aos interesses do País em um momento de crise. "Não podemos esperar 45 dias para uma nova queda", disse. Apesar disso, Skaf acredita que "a política monetária brasileira mudou". "O ideal é chegarmos, o quanto antes, a 8% ou 9%", afirmou.
As informações são do jornal O Estado de SP, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.
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