A contração é necessária para trazer a inflação para o centro da meta de 4,5%, de onde ela escapou no ano passado, levando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a encerrar 2010 em 5,91%. As expectativas dos economistas já apontam para uma inflação, este ano, de 5,42%, ainda distante do centro da meta, embora dentro do intervalo de tolerância de 2 pontos percentuais, que eleva o teto da meta para 6,5%.
Em comunicado após a reunião, o comitê justificou a decisão: "O Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11,25% ao ano, sem viés, dando início a um processo de ajuste da taxa básica de juros, cujos efeitos, somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas".
No primeiro encontro sob o comando do presidente do Banco Central, de Alexandre Tombini, a decisão do Copom ganhou ainda mais peso ao sair antes do corte de gastos públicos prometido pelo governo. Os olhares do mercado estão voltados para uma maior coordenação das políticas monetária e fiscal, como forma de reduzir a demanda e recolocar o crescimento econômico em trajetória não inflacionária.
A alta dos juros levou a taxa básica a seu maior patamar desde o início de 2009. Mas a política monetária não deve ficar restrita ao instrumento clássico dos juros. Como ficou claro em seus últimos documentos oficiais, o Banco Central admite que medidas macroprudenciais - como as que foram adotadas no fim de 2010 para conter a expansão exagerada do crédito - têm efeito sobre a demanda e, por consequência, sobre o comportamento da inflação.
A matéria é de Fernando Travaglini e Claudia Safatle, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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