Segundo a avaliação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), publicada em estudo divulgado na última semana, esse ganho ocorreria se, enquanto a floresta amazônica fosse preservada, outras regiões do Brasil ainda subutilizadas - segundo a opinião do BID -, como o vale do rio São Francisco e a região Sul, aumentassem sua produtividade.
"Essas outras regiões tendem a desenvolver sua agricultura naturalmente, mas seu ganho produtivo seria maior caso fosse vetado o desmatamento amazônico", explica o BID, citando um efeito econômico conhecido como "spillover" (transbordamento).
O estudo do BID pondera os efeitos de hipotéticos vetos ao desmatamento na América Latina, num momento em que o continente tem o desafio de "aumentar a produção agrícola agregada para atender à crescente demanda por comida sem proporcionalmente aumentar a emissão de gases do efeito estufa". Um eventual veto ao desmatamento nos trópicos latino-americanos poderia "economizar", calcula o banco, cerca de 3,3 milhões de hectares de florestas (o que equivale a uma vez e meia o território de Sergipe) e evitaria que o equivalente a 2,2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono fosse emitido.
Para Eirivelthon Lima, economista de recursos naturais do banco e um dos coordenadores do estudo, o Brasil é um dos "mais preparados" da América Latina para absorver os impactos de restrições ao desmatamento, cada vez mais discutidas no continente para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Mas Lima faz ressalvas: esse veto ao desmatamento de fins agrícolas só traria lucros e benefícios se fosse acompanhado de medidas compensatórias aos produtores rurais, que seriam fortemente afetados pelas restrições, e de estudos do impacto regional que esse veto provocaria.
Por isso, o BID é cauteloso ao recomendar restrições totais à remoção de florestas. "Ainda carecemos de estudos que façam a correlação entre desmatamento e segurança alimentícia. A recomendação ao Brasil é que discuta suas decisões. Banir o desmatamento é uma ótima política, mas é preciso que haja medidas compensatórias", opina o economista.
Para Lima, existe um "dilema" em toda a América Latina de como produzir mais alimentos - num momento em que cresce a demanda global por eles - e, ainda assim, cumprir promessas de redução das emissões de gases-estufa e evitar que suas florestas sejam derrubadas para se tornar plantações ou pastos.
Apesar de mostrar o impacto positivo que um eventual veto ao desmatamento latino-americano teria sobre as emissões de gases-estufa, o BID percebeu que "os resultados (do estudo) reforçam a sabedoria convencional de que uma expansão reduziria o emprego e a renda nas comunidades rurais afetadas - e isso aumentaria a pobreza local".
"Ao mesmo tempo em que temos de ser produtivos, temos o debate climático", diz Lima. "Na minha opinião, uma das saídas é investir na produtividade e na tecnologia agrícola (para produzir mais sem sacrificar florestas). Mas isso não basta. É preciso também fortalecer as políticas de proteção ambiental."
Em contrapartida, outra conclusão do estudo é que esse veto ao desmatamento nos trópicos latinos afetaria pouco o preço mundial dos alimentos. "Nossa análise ressalta a habilidade do sistema de produção alimentícia global em se ajustar à redução de área disponível para a agricultura por meio de mudanças no mix de produtos, de aumento de produtividade e de aumento de cultivo em outras áreas do mundo", diz a pesquisa.
A reportagem é do jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
ALCANCE PECUÁRIA
Bauru - São Paulo - Técnico
postado em 03/02/2011
A retórica é sempre a mesma!A Amazonia é muito importante para o planeta.Nos brasileiros sabemos disso.Então quanto vale a Amazonia em pé?Quanto vale não explorarmos os recursos da Amazonia para que a mesma fique em pé? Pelo discurso o usufruto será comum.Vamos propor ao BID,criar um programa de compensação aos produtores brasileiros,pois realmente temos capacidade de dobrar ou mais a nossa produção sem derrubar um pé de pau.Estes recursos seriam utilizados no fomento as areas ja desbravadas investindo em tecnologia e infraestrutura.EUA e UE,estão no limites de suas areas de produção e serios problemas sociais,e não querem mudar suas politicas,como semana na passada o Sr presidente da França propós um sistema de regulação das comodities.Nos tivemos que ralar e aprender a produzir sem subsidios e todo tipo de apoio do governo.Apredemos a viver sem escoras,chegou a nossa vez!! Vamos falar em Amazonia,não em milhões de dolares,mas em bilhões de dolares para algo tão importante.Mercado,lei da oferta e procura!sempre foi assim porque mudar agora.