Os investimentos em índices de commodities devem alcançar este ano US$ 60 bilhões, com os investidores diversificando suas aplicações num cenário de queda de dólar americano. O total investido, até hoje, nesses índices deve ficar próximo dos US$ 240 bilhões em dezembro, de acordo com o Barclays Capital, de Londres.
Segundo fontes, o Banco Mundial trabalha com a projeção de alta média de 20% nos preços agrícolas nos próximos anos, levando em conta também o fato de que os baixos estoques de grãos aumentaram igualmente a sensibilidade das cotações a choques de oferta e demanda. Ou seja, tudo conduz a mais incertezas no futuro, e a convergência de "choques de volatilidade" pode levar a uma mudança rápida e profunda nos preços agrícolas, como ocorreu em 2008.
A menor demanda por causa da recessão internacional e a baixa no preço dos combustíveis ajudaram a derrubar as cotações internacionais de alimentos, atenuando os temores de nova crise nos mercados. O declínio nos preços globais de grãos não se traduziu necessariamente na baixa do custo em vários países, com as condições locais pressionando de maneiras diferentes. Algo significativo é que vários países baixaram tarifas e restrições à exportação de alimentos. Afinal, o acesso ao mercado global é considerado essencial para a segurança alimentar.
Em avaliação publicada ontem, o Barclays Capital destaca um relatório da embaixada dos Estados Unidos em Pequim, estimando queda na produção chinesa de milho, trigo, algodão e de soja no período 2009/2010.
No caso da soja, a estimativa é de que a produção seja 11 milhões de toneladas menor, enquanto as importações vão ser moderadas, ficando em 39 milhões de toneladas, em razão dos altos estoques acumulados este ano. A produção de trigo cairia 6%, a de milho, 9%, e a de algodão, 15%, segundo os americanos. E tudo o que acontece na China tem efeito no mercado internacional.
A matéria é de Assis Moreira, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.
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