Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral do banco com sede em Washington, disse que o crescente aumento dos preços de alimentos estão pressionando os mais pobres e contribuindo para instabilidade social.
"Preços mais altos de alimentos e volatilidade são as maiores ameaças para a recuperação da estabilidade econômica e social. Você viu o que aconteceu na Argélia e em outros países recentemente -- não há dúvidas de que os preços mais altos e o estresse no padrão de vida têm seu papel", disse Okonjo-Iweala, ex-ministro das finanças da Nigéria.
"Este atingirá com mais força os pobres. Nós não vamos ver preços baixos novamente porque este é um fenômeno de longo prazo. Nós precisamos de mais investimentos na África porque mais de 50% da terra arável no mundo está na África."
A Argélia foi forçada a cortar taxas e tarifas de importação de alguns alimentos após forte aumento da inflação que gerou protestos no país. Mas muito analistas afirmam que a África pode estar em melhor posição que anteriormente para lidar com as pressões de uma aumento de preços nos alimentos.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, pediu novas regras para limitar a volatilidade dos preços de commodities, alertando contra os riscos de protestos por conta dos alimentos e fraco crescimento se líderes globals falharem.
Okongo-Iweala disse que uma certa regulação é necessária, especialmente nos principais mercados de commodities. "Mas nós temos de ser cuidadosos com o excesso de regulação. Nós precisamos de alguma regulação mas não uma mão pesada. Nós temos de desenvolver os mercados de commodities em algumas áreas-chave da África, que permitirão aos fazendeiros se planejarem para o futuro", disse.
As informações são da Reuters, em Davos, divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, adaptadas pela equipe AgriPoint.
Guilherme Amorim Franchi
São Paulo - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 28/01/2011
A pressão sobre os países pobres e emergentes causada pelo aumento dos preços dos alimentos está cada vez maior, como o exemplo citado na reportagem, Argélia, assim como na Tunísia e no Egito, que associado a problemas políticos, tem trazido cada vez mais instabilidade a todo planeta. E se não houverem medidas corretas e justas para conter essa inflação, essas bolhas estourarão com uma frequência cada vez maior ao redor do mundo, inclusive nos países considerados desenvolvidos, como Espanha e Irlanda, resultando em revoltas, guerras e mortes.