O PIB superaria 5% justamente com a soma desse efeito estatístico ao consumo maior, à recuperação dos investimentos e ao aumento da produção industrial, cenários dados como certo pelo BNDES. O banco trabalha com um cenário de recuperação em que o mundo não terá uma recaída financeira. Ou seja, tomando letras como linhas de um gráfico, a crise não terá o formato da letra W (de longa duração, com uma nova fase de turbulência).
"Para o cenário internacional, estamos trabalhando com um cenário de recuperação lenta, mas sem sobressaltos", disse Torres Filho. "Já a recuperação no Brasil será mais vigorosa." Apesar disso, o BNDES disse ter detectado ainda um temor de empresas brasileiras de uma segunda fase de retração da economia mundial. Torres não vê essa possibilidade, assim como não prevê pressões inflacionárias significativas no horizonte, apesar do fortalecimento do real em relação ao dólar. Segundo ele, há até espaço para uma nova redução da taxa Selic, que regula os juros básicos do governo.
Um nível abaixo
Segundo o BNDES, apesar da recuperação notável da economia, o Brasil dificilmente voltará a crescer no mesmo ritmo frenético pré-crise. Nos meses antecedentes à falência do Lehman Brothers, considerado um marco da crise financeira, o Brasil estava crescendo a uma taxa anualizada superior a 6%, atravessando o mais longo ciclo de crescimento contínuo desde os anos 1970 - cerca de 12 trimestres consecutivos.
"A violência da crise internacional cobrará um preço elevado em termos de redução estrutural da taxa de crescimento da economia mundial", disse ele. "Mesmo a China, que liderou esse desempenho, também atravessará um período de menor crescimento", concluiu.
As informações são da Folha de S. Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Envie seu comentário: