Jorge Bonino iniciou a palestra dizendo que hoje os vermes estão muito resistentes e pincelou sobre a fauna parasitológica presente no Uruguai (principais vermes hoje: Haemonchus e Trichostrongylus). Ele mostrou com números reais as perdas que os vermes proporcionam e citou medidas para combate-las, como: uso de anti-helmínticos, uso do consórcio de pastagens, uso de alimentos ricos em taninos, utilização de fungos (pouco prático, mas está sendo trabalhado), resistência genética (países com ovinocultura mais desenvolvida já estão investindo nessa opção), etc.
Ele destacou que, no Uruguai, duas ferramentes são bastante utilizadas atualmente: dosificação e pastagem segura. "Nossas pastagens estão sujas e não basta usarmos boas drogas nos animais, a pastagem também deve estar limpa. Uma das opções é o pastejo alternado com bovinos e o cuidado com o uso indiscriminado de drogas, pois devemos preservar as moléculas existentes. Não podemos dispensar também os exames clínicos, o OPG (ovos por grama), o método Famacha e a necropsia parasitária", completou ele.
Bonino falou que a resistência parasitária é a habilidade de uma população de nematódeos de resistir a doses de anti-helmínticos significantemente e classificou ela em quatro tipos: única, colateral, cruzada e múltipla. "A resistência é grave desde 1994 e ela está se consolidando. Por isso, precisamos buscar métodos de controle sustentáveis". Ele finalizou dizendo que os produtores de ovinos precisam assessorar-se.
Dando continuidade ao tema, Octaviano Neto falou sobre as barreiras para o sucesso da ovinocultura. "A cadeia produtiva precisa se organizar em primeiro lugar. Além disso, temos desafios sanitários e de manejo, como a resistência parasitária. Esta leva os usuários finais a buscar na indústria novos produtos e ultimamente parece que estamos andando num labirinto". Octaviano apresentou o cenário do controle parasitário: três grupos de largo espectro, alguns de aspecto restrito, estratégias de manejo do rebanho e técnicas não químicas.
Além disso, ele falou sobre um novo ingrediente ativo inovador, com foco inicial em ovinos, que será trazido ao Brasil e já é usado em alguns países: o monepantel. Esse ingrediente é derivado da amino aceto-nitrila (AAD), é de formulação oral, possui 26 fórmulas testadas em animais e é um composto de baixo peso molecular. "O monepantel foi anunciado ao mercado em 2007 e em 2009, alguns países já aderiram", disse Neto. Ele completou dizendo que essa droga possui um mecanismo de ação diferenciado pois possui um receptor específico, apresenta padrão de segurança, tem grande eficácia, possui um receptor específico (o que evita resistência cruzada) e não tem efeito em outros parasitas sem serem os intestinais. Neto finalizou dizendo que essa nova substância estará em breve no mercado veterinário brasileiro.
Equipe FarmPoint
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