Atividade com elevado potencial de crescimento, a ovinocultura passa a contar com um importante apoio ao seu ciclo de produção, a partir da profissionalização e ampliação de escalas de abates fomentada pelos investimentos do Grupo Marfrig, que inaugurou no sábado, 04 de abril, sua 1° Unidade de Abates de Cordeiros em Promissão (SP), interior paulista, com capacidade inicial para abate e processamento de 1.000 animais/dia.
Atualmente, a Marfrig é a maior fornecedora de carne congelada de cordeiro no mercado nacional, a partir de importações do Uruguai, Chile, Argentina e Nova Zelândia, com volume importado de 5.000 t/ano. Em 2008, o grupo abateu cerca de 320 mil animais a partir de suas unidades na América do Sul, volume que em 2009 se somará à produção brasileira. Com o aporte, o Grupo Marfrig passará também a fornecer o produto resfriado produzido em solo nacional, diferencial que garante maior qualidade e sabor acentuado aos cortes. Hoje, cerca de 95% da carne de cordeiro importada para o Brasil é congelada.
Marcos Molina, presidente do Grupo Marfrig, ressalta que a ovinocultura é uma atividade em potencial com grandes perspectivas e possibilidades de expansão, uma vez que a oferta da carne de cordeiros no Brasil não atende nem mesmo a ainda baixa demanda atual. "Segundo levantamento da FAO, o Brasil consome apenas 0,7 quilos de carne ovina per capita por ano, metade do consumido pelo México (1,4 quilos) e Argentina (1,5 quilos) e muito abaixo dos índices da Nova Zelândia, um dos maiores produtores do mundo, que gira em torno de 39,7 quilos/hab/ano. Inicialmente, nossa estratégia prevê acionar de forma equivalente o mercado de food service e grandes redes varejistas, destinando 50% da produção para cada segmento", informa Molina.
Para o coordenador do Projeto Cordeiros do Marfrig, Fernando Gottardi, aliado ao bom preço, outro ponto promissor a se considerar na ovinocultura é o ciclo produtivo relativamente curto: menos de um ano. "Nosso objetivo é ter a melhor carne de cordeiro do País. Para tanto, os investimentos envolvem genética de ponta, saúde e nutrição, além de manejo adequado do sistema de produção com parceiros selecionados", conclui Gottardi.
A produção destinada ao food service reservará a possibilidade de compra de carcaça inteira e meia carcaça, além de cortes específicos. Para acesso ao consumidor final, o Grupo Marfrig utilizará a marca Bassi, sua grife de carnes nobres, para oferecer mais de 12 tipos diferentes de cortes, entre os quais paleta com osso, paleta sem osso, pernil, 6 tipos diferentes de costela (ex: oito tiras, costela ripa) e frenched rack (equivalente à ponta do contrafilé com osso bovino), entre outros.
A origem dos ovinos é o Projeto Rissington Brasil, formado pela Rissington Breedline (Nova Zelândia) e o Grupo Marfrig. Somando forças estão quatro grandes empresas agropecuárias brasileiras, denominadas Núcleo Genético Associado (NGA): Agro-Mercantil, Agropecuária Campanário, Agropecuária Santa Nice e Cabanha Araçá. A genética Rissington Brasil chega ao Brasil oferecendo excelente capacidade de crescimento, ótima conformação de carcaça e alto rendimento no abate. Os NGAs têm por responsabilidade desenvolver e comercializar as raças HighlanderT e PrimeraT em solo nacional, garantindo a alta qualidade do produto com elevada aptidão de carne. Os cordeiros Rissington Brasil são terminados e abatidos entre 120 e 150 dias com peso de carcaça entre 15 kg e 20 kg.
O Grupo Marfrig - Organização de produtos alimentícios, que opera em uma base diversificada e operacionalmente flexível com 57 plantas únicas de produtos de carne bovina, suína, ovina e aves entre a América do Sul, a América do Norte e a Europa, presentes com seus produtos em mais de 120 países. Em março de 2009 o grupo conta com 18 plantas de abate de bovinos (9 no Brasil, 5 na Argentina e 4 no Uruguai), 30 modernas plantas de produtos industrializados e processados (12 no Brasil, 5 na Argentina, 3 no Uruguai, 1 nos Estados Unidos e 9 na Europa), 4 unidades de abate de cordeiros (1 no Brasil, 1 no Chile e 2 no Uruguai), 2 unidades de abate de suínos (Brasil), 10 unidades de abate de frangos (7 no Brasil e 3 na Europa) e 2 tradings (Chile e Reino Unido), com capacidade de abate diário de 21.100 cabeças de bovinos, 4.200 de suínos, 9.400 de ovinos, 1.726.000 frangos e 2.208 t/dia de produtos industrializados/processados.
As informações são de Altair Albuquerque da Assessoria de Comunicações, resumidas e adaptadas pela equipe FarmPoint.
Paulo de Tarso dos Santos Martins
Várzea Grande - Mato Grosso - Consultoria/extensão rural
postado em 16/04/2009
Ações empreendedoras como esta certamente elevarão a ovinocultura brasileira aos mais altos degraus.
Parabéns ao Marcos Molina e a sua brilhante equipe: Ricardo Alves da Conceição, conselheiro do frigorífico Marfrig; Fernando Gottardi, sócio da Rissington Brasil e Roberto Barcelos, gerente de projetos especiais.