Nem o euro conseguiu bater o real no período. A moeda da União Européia aumentou o seu valor em 50% ante o dólar americano. Conforme o levantamento, a única moeda que apresentou desvalorização foi o bolívar venezuelano, cuja queda foi de 34,7%. Em 2008, porém, o campeão de valorização foi o peso colombiano, que até este mês acumula alta de 13,6% ante 12,5% do real. O euro aumentou 6,9% seu valor.
Na avaliação de especialistas, pelo menos no curto prazo não há expectativa desse cenário ser revertido. Com a economia americana enfraquecida e juros baixos, os investidores têm procurado outras opções mais rentáveis de aplicações, especialmente em moedas de países emergentes. O economista da Austin Rating, Alex Agostini, diz que, apesar do mercado mais turbulento, a liquidez do mercado internacional ainda é grande.
Ele destaca que o governo federal já tentou no primeiro trimestre do ano conter a valorização do real frente ao dólar. Elevou para 1,5% a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas aplicações de investidores estrangeiros no País e também pôs fim à obrigatoriedade de os exportadores trazerem de volta ao Brasil os recursos oriundos de suas vendas externas.
As medidas, no entanto, não surtiram o efeito desejado. Na época, o dólar estava cotado na casa de R$ 1,71. Ontem estava em R$ 1,57. "Dificilmente uma medida conseguiria reverter a desvalorização da moeda americana ante as demais moedas locais", destaca Agostini. Na opinião dele, a única decisão que poderia mudar esse rumo seria uma alta dos juros americanos, o que atrairia a atenção dos investidores. "Mas isso está longe de acontecer."
Para o economista, o que os demais países podem fazer é tomar medidas para reduzir a velocidade da valorização das moedas ante o dólar. O Brasil conta com um agravante: o ciclo de aperto monetário. Na últimas três reuniões promovidas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), os dirigentes do Banco Central elevaram em 1,75 ponto porcentual a taxa Selic, para 13% ao ano.
A taxa de juro real, que desconta a inflação projetada para os próximos 12 meses, está em 7,2% ao ano - taxa extremamente atrativa para os investidores estrangeiros. "Enquanto a bolsa perde dinheiro, há títulos e papéis atrelados aos juros, como títulos do Tesouro e debêntures, que têm ganhado cada vez mais recurso estrangeiro por causa de sua rentabilidade", diz Agostini.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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