De acordo com Osmar Roncolato, diretor do Departamento de Empréstimos e Financiamentos do Bradesco, que nos desembolsos de crédito rural só perde para o BB, diz que a projeção do banco para a agricultura é de continuidade do aumento da produção, por isso a manutenção do crescimento do crédito. No ano-agrícola 2009/10, o Bradesco aplicou 30% mais do que no ciclo 2008/09.
Atualmente, a carteira rural do Bradesco (incluindo custeio e investimento) é de R$ 12 bilhões, ou 7% de todo o crédito concedido pelo banco no país. Desse total, o custeio rural representa R$ 8,5 bilhões. A diferença fica sobretudo com as linhas de investimentos voltadas à aquisição de máquinas e implementos agropecuários. "Também consideramos no nosso item "custeio" parte dos investimentos da pecuária, como aquisição de matrizes e gado para cria e engorda. Este segmento está crescendo bastante", diz.
Com uma agressiva estratégia de presença física por meio de seus postos de atendimento, o Bradesco mantém agências em todos os principais municípios agrícolas do país. "Estamos com agências em todas as fronteiras agrícolas e atuamos com crédito rural há muitas décadas", afirma o executivo. As regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste respondem por 80% das operações rurais da instituição; soja, cana e cooperativas são os principais alvos do banco no agronegócio.
Apesar de BB e Bradesco liderarem os desembolsos de crédito rural, as diferenças de valores são expressivas. O salto de 20% projetado pelo Banco do Brasil na agricultura empresarial significa aumento de R$ 30,1 bilhões, em 2009/10, para R$ 36,1 bilhões em 2010/11. No total, o Plano de Safra do governo federal para o próximo ciclo deverá contar com R$ 100 bilhões para a agricultura empresarial. Para agricultura familiar, os desembolsos do BB devem subir de R$ 9,4 bilhões para R$ 11,2 bilhões na comparação. No total, o BB deve liberar na próxima safra R$ 47,3 bilhões, aumento de 19%.
O banco Santander, que detém 15% dos desembolsos dos bancos privados, está em período de silêncio e deverá divulgar suas projeções para esse mercado na sexta-feira (30), mas, segundo o superintendente de Agronegócios do banco, Walmir Segatto, diante das limitações dos depósitos à vista para ampliar o crédito rural, o banco busca oferecer aos clientes do campo um atendimento diferenciado para tentar adequar as demandas do produtor às linhas que oferece.
A reportagem é do Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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