A instituição informou que as mudanças climáticas podem se tornar uma séria ameaça à oferta de alimentos para populações mais pobres. "Devemos esperar uma maior desertificação e salinização das terras do Nordeste nas próximas décadas", afirmou o chefe da Divisão de Meteorologia Agrícola da OMM, M.V.K. Sivakumar, dizendo que a produção agrícola tende a ficar mais difícil até na bacia do rio São Francisco.
Os efeitos começarão a ser sentidos em cerca de dez anos, mas devem continuar com maior intensidade até 2050. Até lá, o governo deve se preparar para tomar pelo menos duas medidas: garantir a irrigação da região e adotar uma estratégia de gestão da água disponível no Nordeste, informou reportagem de Jamil Chade, do jornal O Estado de S.Paulo.
Segundo a OMM, os efeitos não serão sentidos apenas pelos agricultores, mas pelas populações das grandes cidades que dependem do abastecimento de alimentos, que terão os preços elevados.
Mauricio Luiz de Mello Vieira Leite
Areia - Paraiba - Pesquisa/ensino
postado em 12/09/2007
O equívoco histórico das políticas públicas dos distintos governos do Brasil, em relação ao semi-árido, pode ser sintetizado com a criação do Departamento Nacional de Obras conta a Seca (DNOCS), de pouca ou nula eficácia.
A seca, conseqüência direta da alta variabilidade da distribuição da precipitação, tanto temporal como geográfica, associada as fortes taxas de evapotranspiração e elevadas temperaturas, é uma realidade, é uma fato. Precisa ser estudada, compreendida em seus múltiplos aspectos e interdependências, para se tornar uma vantagem comparativa, jamais um inimigo, uma adversidade que precisa ser combatida.
A aridez e a semi-aridez tem suas características positivas. A sustentabilidade e o desenvolvimento socio-econômico desta região não depende de soluções meramente hidráulicas. O ponto de partida chave deve ser o entendimento que é necessário associar a urgência de planos diretores territoriais, geradores de renda e qualidade de vida com a preservação da diversidade do bioma caatinga, potencializando as lavouras xerófilas, em harmonia com atividades rurais, agrícolas ou não, agroindustriais e industriais.