"Eu tinha uma visão atrasada sobre a economia brasileira porque os países latino-americanos, de maneira geral, têm uma fama ruim em relação à estabilidade de suas moedas. Mas o mundo muda e o Brasil mudou", admitiu. De acordo com ele, a Berkshire tem uma pequena parte de seu patrimônio, que supera os US$ 75 bilhões, apenas em participações em empresas, aplicado em reais.
Questionado se aproveitaria o enfraquecimento do dólar para investir em ações de empresas americanas, foi categórico: não. "Se as coisas continuarem no caminho em que estão para os países produtores de matéria-prima, eu não duvidaria que essas moedas - como o real e o dólar canadense - ultrapassassem a cotação do dólar", disse Buffett. "Não digo no próximo ano ou dois, mas em dez anos, certamente", emendou.
O vice-presidente do conselho e parceiro de Buffett de todas as horas, Charlie Munger, afirmou que, em vez de pensar em investir nos Estados Unidos, pessoas de lugares nos quais a moeda está se fortalecendo deveriam encontrar bons ativos em seus próprios países. "É estranho como países socialistas como o Brasil e o Canadá estão valorizando suas moedas, não?", ironizou Munger, já que os dois países têm políticas sociais muito mais à esquerda do que os EUA.
As informações são de Cristiane Barbieri, do jornal Folha de S.Paulo.
Envie seu comentário: