Segundo a Bunge, maior exportadora do agronegócio brasileiro e uma das maiores empresas do setor no mundo, sua receita líquida global alcançou US$ 11,3 bilhões de julho a setembro, 24% menos que no mesmo período de 2008. Na mesma comparação de resultados mundiais trimestrais, o Ebitda recuou 15%, para US$ 209 milhões, e o lucro líquido caiu 1%, para US$ 232 milhões. O grande destaque negativo foi o Ebitda do segmento de fertilizantes do grupo, que diminuiu 251% e tornou-se negativo em US$ 127 milhões.
Nos nove primeiros meses do ano, a receita líquida global da Bunge somou US$ 31,5 bilhões, queda também de 24% em relação a igual intervalo de 2008. Nesta relação, o Ebitda total caiu 76%, para US$ 425 milhões, e o lucro líquido consolidado baixou 73%, para US$ 350 milhões. As ações da empresa recuaram 3,47% em Nova York nesta quinta-feira, para US$ 64,58.
Na divulgação dos números, o representante da companhia disse que, além dos problemas com a questão cambial, a redução do plantio de milho e algodão no Brasil afetou as vendas de adubos no País, seu principal mercado.
Mais tarde, na entrevista, Weisser se disse otimista em relação à recuperação do setor de fertilizantes em 2010, na medida em que a Bunge recomponha estoques ao custo de mercado e registre recuperação na demanda brasileira.
O presidente da Bunge também afirmou que continua confiante de que o aumento na demanda por alimentos vai puxar o segmento de agribusiness da companhia, embora a desvalorização do dólar em relação ao real e ao euro seja um fator preocupante. "Apesar da crise (econômica), nada mudou", disse. "Precisaremos de mais alimentos."
Weisser e outros executivos do setor agrícola se mantêm otimistas a respeito do aumento na demanda por alimentos no longo prazo por causa de fatores demográficos, apesar de os investidores estarem vendendo agressivamente os papéis do setor desde o estouro da bolha das commodities, em 2008.
Weisser observou que os preços historicamente altos de alguns produtos agrícolas apontam para a necessidade de aumentar a oferta. A demanda por carne e lácteos nos mercados em desenvolvimento continua a aumentar, apesar de quedas nos Estados Unidos e na Europa, ponderou.
As informações são do Valor Econômico e do jornal O Estado de S. Paulo, com dados do Dow Jones Newswires, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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