O Uruguai nunca exportou carne ovina desossada e maturada ao Canadá. Agora, após seis anos de negociação, esse destino se abriu. A Direção Geral de Serviços Pecuários do MGAP tenha recebeu na terça-feira (29) a confirmação oficial da Agência de Inspeção de Alimentos do Canadá e anunciou na quarta-feira (30) a abertura do mercado.
"No Canadá há uma faixa de negócios étnicos muito importante, porque há muitos árabes e índios que não consomem carne bovina e a substituem pela carne ovina. A colônia grega é outra potencial consumidora. A questão é entrar com os preços apropriados", disse o produtor uruguaio Daniel Zefferino. Para ele, além dos negócios étnicos, há outro setor não menos importante onde se pode vender a carne ovina uruguaia: os restaurantes e os supermercados.
Por outro lado, o presidente do Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL), Gerardo García Pintos, disse que a abertura do Canadá "é muito importante" pelo potencial do mercado e pela forma como pode repercutir nas negociações com os Estados Unidos e com o México, onde os trâmites estão muito adiantados. "Para os produtores de ovinos é uma notícia muito boa e dinamizadora agora que os preços são bons", disse ele.
As plantas frigoríficas que estão habilitadas para exportar carne ovina ao Canadá são praticamente as mesmas que também vendem cortes bovinos sem osso e maturados. Para o diretor da Divisão da Indústria Animal do MGAP, Héctor Lazaneo, e para o presidente dos Serviços Pecuários, Francisco Muzio, a notícia coroa todo um esforço que o Uruguai vem realizando há seis anos e abre um futuro promissor.
Para o secretário executivo da Câmara da Indústria Frigorífica, Daniel Belerati, a abertura do Canadá à entrada de carne ovina uruguaia é uma notícia "excelente". Ele disse que, se isso for completado com o reconhecimento dos Estados Unidos e do México, o Uruguai terá todo o mercado do Nafta para a carne ovina. Isso será um passo chave para se diferenciar mais da região e para continuar negociando outros destinos de alto valor. Quanto ao impulso que essa situação pode dar à produção ovina do Uruguai, Belerati considerou que "a abertura e o acesso aos mercados é a chave para que, tanto o setor bovino como o ovino cresçam."
A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
Envie seu comentário: