O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) continua realizando as análises de risco e existiria o apoio político necessário para acelerar os trâmites anteriores à abertura do mercado. Uma vez cumprido o trâmite sanitário, todavia, terá que se esperar que se publique a decisão do USDA para abrir um espaço de três meses, durante o qual se recebam possíveis observações, como aconteceu quando se reabriu o mercado para a carne bovina uruguaia.
"Conseguida a abertura do Canadá e dos EUA se abre um panorama muito interessante, com bons preços, mas além disso, está o efeito psicológico que provocará essa abertura que reativará todo o mercado de carne ovina melhorando os valores", disse o coordenador de Saúde Animal do Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL), Jorge Bonino, que também é delegado uruguaio ante a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A negociação do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) se centrou em conseguir a entrada sem restrições, sem que os embarques uruguaios tenham que ser desossados. A idéia é exportar carne de alta qualidade, basicamente cordeiros de ponta, o que repercutirá em uma maior extração e o aceleramento das categorias de ovinos adultos dos campos. Com mais mercados para o produto e bons valores, os produtores continuarão aumentando a quantidade de borregas e ovelhas prenhes e aplicarão mais tecnologia para conseguir maior qualidade e valorizar suas produções antes de vendê-las.
Bonino disse que a negociação tem três frentes: sanitária, política e econômica. "Com o Canadá estão muito adiantadas as negociações". O MGAP pretende enviar ao Canadá as mesmas informações sanitárias que os EUA usaram para fazer a análise de riscos.
Atualmente, a carne ovina uruguaia com osso só pode ser vendida ao Brasil e à Rússia. A possibilidade de exportar sem desossar facilita para a indústria frigorífica a colocação de toda a carcaça. Hoje, parte dos dianteiros e costelas são destinados ao mercado interno e os traseiros são destinados a cumprir a cota de 3.700 toneladas sem osso que o Uruguai tem com a União Européia (UE).
Em paralelo, o Uruguai começará a trabalhar para entrar com cortes com osso no mercado da UE. Se esta possibilidade se concretizar, imediatamente se poderia entrar com o mesmo produto em Israel, que tem as mesmas normas sanitárias que a UE.
"Isso será certamente para o ano que vem, porque é preciso cumprir todos os trâmites oficiais para provar que não haverá risco sanitário algum".
Exportações de carne cresceram 41%
Os volumes exportados de carne ovina cresceram 41% entre janeiro e 16 de junho, com relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes (INAC). O órgão adiantou que os preços da tonelada subiram 35% no mesmo período, ficando em média em US$ 2.054 a tonelada. O principal mercado para este produto voltou a ser a UE, que ficou com 35% do total, seguida pela Arábia Saudita, com 13,1% do volume exportado.
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