O mercado é amplamente favorável, asseguram os especialistas no setor de criação de ovinos e caprinos. "Tudo o que se produz no Ceará é vendido", observa Pimentel. "Na verdade, estamos atrás de produtores e em particular de leite de cabra". A produção leiteira é muito insuficiente para atender à demanda que vem se ampliando com a aquisição do produto por programas de compras governamentais.
No Ceará, segundo avaliação de Pimentel, ocorreu o contrário do que se verifica em geral na atividade econômica. "Primeiro, criamos o mercado consumidor e, agora, estamos atrás do produtor", destaca. No município de Umirim, uma unidade produtora foi instalada com o objetivo de manter uma criação de 50 mil cabeças e já chegou a 14 mil animais. "Precisamos dar uma alavancada", alerta Daniel Pimentel, que também é criador no Município de Horizonte.
Descentralizar produção
Na unidade produtora de Pimentel, são ordenhados 300 litros de leite de cabra por semana, que são adquiridos por projetos do Governo do Estado. "O nosso esforço é para abrir novos núcleos de produção no Interior", diz.
Hoje, as regiões de maior produção de ovinos e caprinos no Estado são Inhamuns e Sertão Central. Os números demonstram que, em termos de leite de cabra, o Ceará está muito aquém. Na Paraíba, a produção diária é de 18 mil litros, enquanto que por aqui a produção mensal é de apenas 20 mil litros.
Em decorrência da melhoria genética e de alimentação adequada, além dos cuidados de sanidade, um cordeiro atinge o peso de 36 quilos em 120 dias, o ideal para o abate. "Houve um aumento no consumo de carne de ovinos e a tendência do mercado é de manter essa expansão", frisa Pimentel.
Os caprinos e ovinos são animais resistentes e têm adaptação ao clima do sertão nordestino. Entretanto, neste ano de seca, muitos criadores enfrentam dificuldades e estão vendendo parte do rebanho por preço reduzido. "Isso demonstra a falta de reserva de alimentação com base em proteína e silagem", avalia. "Precisamos incentivar a criação de reserva estratégica de silagem nas unidades produtoras".
A ovinocultura e a caprinocultura são atividades tradicionais no Nordeste, região que concentra 57% dos ovinos e 91% dos caprinos do Brasil. A baixa adoção de tecnologia, aliada à pouca ou nenhuma organização dos produtores tem perpetuado o setor como atividade de subsistência, sem maiores chances de se tornar opção de renda ou de negócio. Ao mesmo tempo, existe uma demanda pela carne ovina no interior e maior ainda nas cidades turísticas litorâneas.
As informações são do Diário do Nordeste, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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