A pesquisa desenvolvida pelo professor Airton Alencar implica em descoberta importante, uma vez que aumenta o aproveitamento em 40% do rendimento do sêmen de carneiro, quando resfriado a 15 graus Celsius e diluído em leite.
O pesquisador teve como ponto de partida os estudos do professor gaúcho Mies Filho e do francês Colas, que deixou bases sobre conservação e diluição de sêmen de ovinos. "Conseguimos aperfeiçoar e melhorar a partir das nossas pesquisas", explicou Alencar. "Conseguimos uma concentração intermediária, reduzindo a utilização em palheta de 400 milhões de espermatozóides para 250 milhões, com excelentes resultados".
Vantagens
A grande vantagem da descoberta foi permitir inseminar um maior número de fêmeas com um só ejaculado, o que permitiu acelerar ainda mais o número de carneiros em teste de progênie. Uma dose que seria aplicada em 17 fêmeas passou para 24 após a descoberta. Isto representa um rendimento de 40% a mais do sêmen coletado.
A pesquisa demonstrou que era possível inseminar ovinos com menor quantidade de espermatozóides e obter mesma fertilidade média de 65%. Na França, o estudo do professor Airton Alencar passou a ter rápida utilização prática no campo a partir de uma Central de Sêmen que assiste aos criadores, que utilizam tratamento hormonal para indução do cio.
"Diferentemente do Brasil, lá todo o serviço é sincronizado com dia e hora para a inseminação", explicou. "A atividade é importante para a economia agropecuária do país e permanência de famílias em áreas produtoras de carne e leite de ovinos".
O professor Airton Alencar passou quatro anos em estudo no INRA até descobrir a concentração intermediária que se mostrou ideal para a inseminação de ovinos. A pesquisa contou com financiamento, em parte, pelo governo brasileiro por meio de uma bolsa da Capes. "O Brasil está atrasado no setor de ovinocultura", observa o professor Airton Alencar.
A maioria dos produtores no Nordeste mantém um sistema de criação de subsistência, cujo rebanho está pulverizado em pequenas propriedades rurais e que carece de práticas para a melhoria genética. O mercado apresenta demanda elevada e o preço do quilo da carne de ovino permite rentabilidade, mas faltam incentivos e investimentos em instalações e melhoria genética das raças.
As informações são do Diário do nordeste, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
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