O alerta vem da Cooperativa dos Produtores de Leite dos Inhamuns (Cootaleite) e da empresa Laticínios Veneza, responsável pelo beneficiamento do produto em Tauá. Segundo o médico veterinário Antônio Marcos Marcelino, antes do agravamento da seca os pecuaristas cooperados vendiam 64 mil litros de leite por mês para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Com a estiagem, "houve uma queda de mais ou menos 60% na produção".
A Cootaleite, que recolhia o leite em 135 propriedades produtoras, reduziu para 92 o números de pontos de coleta. De acordo com Antônio Marcelino, 43 pecuaristas deixaram de vender para o Fome Zero porque perderam ou negociaram os animais.
As causas
A escassez de pastagem e, principalmente, a falta d'água para o consumo animal vem provocando a redução do rebanho leiteiro de gado/caprinos dos Inhamuns. Pelos cálculos de Antônio, antes da seca a região contava com 60 mil cabeças gado. "Não temos números sistematizados, mas há registro de um êxodo de milhares de animais para o Maranhão ou Pará. Ou foram negociados ou é busca por pasto. Quem insistiu com o gado aqui, está tendo prejuízo e arrisca vê-los morrer de novembro pra frente", explica.
Para ele, o custo da venda do leite para o Programa Fome Zero não estaria mais compensando para os produtores cearenses, pois o preço do litro de leite ainda permanece em R$ 0,72, valor pago desde o começo do ano, quando ainda nem se falava em uma seca tão devastadora. "Depois de muita insistência, o governo federal e a Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará aceitaram pagar R$ 0,80. Porém, há dois meses esperamos pelo reajuste e nada", reclamou.
A falta de pastagem no sertão do Inhamuns encareceu o preço do alimento para os animais no comércio. Os pecuaristas estão pagando R$ 46,00 por uma saca de milho (60 kg). Antes da seca, compravam por R$ 28,00. Em outras regiões do Estado, o mesmo produto chega a ser vendido por R$ 50,00. Já a saca de torta de algodão (50 kg), usada como complemento alimentar do rebanho, saltou de R$ 32,00 para R$ 50,00. "Se não houver uma ação emergencial dos governos Federal e Estadual, os animais que restam vão morrer e não haverá leite suficiente para as crianças atendidas pelo Fome Zero", prevê Marcelino.
O secretário do Desenvolvimento Agrário do Ceará, Nelson Martins, prevê para o próximo mês de novembro o pagamento de R$ 0,80 pelo litro de leite fornecido pelos produtores dos Inhamuns. Segundo o executivo, o atraso no reajuste se deve a um processo burocrático entre o Ceará e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). "O aumento foi autorizado e estamos aguardando a publicação oficial do aditivo", explicou.
De acordo com Nelson, o investimento financeiro para a compra do leite do Fome Zero é suficiente para atender 100 mil famílias no Ceará. No entanto, por causa da estiagem deste ano e a queda na produção, a distribuição está beneficiando 80 mil cadastrados. Apesar de já ter sido registrada a falta do leite de cabra em Centros de Nutrição em Tauá, por exemplo, o secretário descarta a possibilidade de colapso na distribuição do alimento nas regiões atingidas pela seca no Ceará.
Saiba mais
Nos Inhamuns, o Programa Fome Zero repassa o alimento para crianças dos municípios de Tauá, Arneiróz, Parambu, Quiterianópolis, Aiuaba, Antonina do Norte, Assaré e Saboeiro. Cada criança cadastrada tem direito a 1 litro de leite por dia.
Antes do agravamento da seca, nos Inhamuns, a Cootaleite recolhia o leite em 135 pontos. Pelo menos 43 pecuaristas deixaram de vender o produto porque viram o rebanho morrer ou venderam os animais por preços bem abaixo do mercado.
As informações são do portal de notícias O Povo Online, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
ALVARO CARNEIRO JUNIOR
Quixadá - Ceará - Produção de leite
postado em 25/10/2012
QUANDO MAIS O POBRE PRECISA DO LEITE PARA AS CRIANÇAS,A BUROCRACIA IMPEDE O REAJUSTE NO PREÇO DO LEITE.COMO SE AS CRIANÇAS FAMINTAS
DO NOSSO CASTIGADO SERTAO PUDESSEM ESPERAR PELA MAQUINA EMPERRADA DO GOVERNO.COMO PODEMOS ADMITIR QUE JUSTAMENTE O LEITE
DOS PRONAFIANOS SEJA O MAIS BARATO DO MERCADO.OS CUSTOS DE PRODUÇAO SUPERAM EM MUITO O VALOR DE R$0,72 POR LITRO.O GOVERNO PAGARA A CONTA MAIS NA FRENTE,POIS NAO FICARA NENHUM PEGUENO PRODUTOR NESTE SERTAO.O GOVERNO TERA QUE AUMENTAR CADA VEZ MAIS
O ORÇAMENTO DO FOME ZERO,E AS CIDADES CADA VEZ COM MAIS FAVELAS.