Cálculos apontavam o Brasil como um dos principais ganhadores com a abertura de mercados e a redução de subsídios que poderia resultar do acordo. Para Amorim, o principal problema do fracasso será a manutenção dos altos subsídios agrícolas dos Estados Unidos. Mas, segundo ele, não será o Brasil que mais sofrerá.
"Teremos de abrir disputas legais contra esses subsídios", disse o ministro. O Congresso americano aprovou recentemente uma nova lei que manterá um volume bilionário de subsídios aos produtores. Sem um acordo, esse volume não terá limite e, pela lei, o aumento pode ocorrer sem ser questionado. Hoje, o volume está baixo diante dos preços altos das commodities. Mas, se o mercado mudar, a distribuição de subsídios ao algodão, soja, leite, carne e milho podem explodir. Para o comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, a nova lei é "a mais reacionária na história dos EUA".
Ontem, o chanceler confirmou mais uma vez que o Brasil vai abrir um processo nos tribunais da OMC contra a sobretaxa aplicada ao etanol no mercado americano. A esperança do País era conseguir que o tema entrasse num pacote de acordo. Mas, com o adiamento da conclusão da Rodada por alguns anos, a saída será o litígio. "Vamos adiante com o caso."
Para Amorim, a chance de se retomar o processo nos próximos meses, como sugeriram entre outros o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e Lamy, é remota. Em sua avaliação, não haveria mais como tentar um acordo no governo de Bush.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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