Na primeira etapa da pesquisa sobre caprino e ovinocultura, pesquisadores do Cepea estão percorrendo as regiões produtoras no Brasil para traçar o perfil das fazendas e rebanhos, definindo as “propriedades típicas” nas diferentes localidades. Esse trabalho proporciona a mensuração dos custos de produção de caprinos e ovinos em estruturas, como dito, consideradas típicas ou modais para cada região.
A cadeia de caprinos e ovinos ainda é pouco estudada no País. Voltada à produção de carne e de lã, concentram-se no Nordeste e Sul brasileiros, embora esta última região tenha perdido representatividade. Em 2012, o IBGE apontava o rebanho nacional em 25,43 milhões de cabeças entre as duas categorias.
O consumo de carne de caprinos e ovinos tem aumentado, acompanhando o poder aquisitivo dos brasileiros. Para a carne ovina, a demanda vem crescendo principalmente nos grandes centros da região Sudeste. Embora ainda não tenha se tornado um hábito nas refeições das famílias brasileiras, o produto está ganhando espaço em restaurantes e churrascarias.
A produção brasileira de ovinos, no entanto, ainda não abastece o mercado doméstico com eficiência e qualidade. Um dos maiores problemas está relacionado à falta de regularidade da oferta, o que dificulta, por exemplo, a formação de escalas de abate.
Nesse contexto, em 2013, o Brasil importou aproximadamente nove mil toneladas da carne de ovinos somente do Uruguai. A carne caprina, por sua vez, ainda é pouco consumida no País, exceto na região nordestina, onde o hábito é mais comum.
Mundo – Os maiores rebanhos efetivos de pequenos ruminantes no mundo estão na Ásia e África, segundo a FAO/ONU. China, Índia e Nigéria possuem, respectivamente, os maiores rebanhos de ovinos e caprinos. O Brasil ocupa a 18º posição nesse ranking. O comércio mundial de carne de ovinos e caprinos tem pequena participação sobre a produção mundial – grande parte do rebanho ainda é destinada ao consumo interno de cada país. Entre os maiores exportadores de carne ovina estão a Nova Zelândia e a Austrália. A França é a maior importadora.
As informações são do CEPEA, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
Delcino Tavares da Silva
Joaquim Távora - Paraná - Produtor de cordeiros
postado em 15/09/2014
Essa é uma notícia a ser comemorada. Indica que, embora tardia, as instituições oficiais brasileiras começam a dar importância à cadeia produtiva da ovino/caprinocultura. O custo de produção é um importante gargalo da atividade. Porém, ao meu ver, seu maior problema é a clandestinidade do abate e comericialização do produto. Acho que deveríamos somar esforços para flexibilizar um pouco mais as exigências para pequenos abatedouros nas fazendas ou para grupos de produtores.