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Cesta básica: preço cai até 15% em 2009

postado em 12/01/2010

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A cesta básica ficou mais barata em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no ano passado. É o maior número de cidades com deflação no preço dos produtos básicos desde o Plano Real. Os preços da cesta básica no país recuaram até 14,92% no ano - percentual registrado em João Pessoa. Belém foi a única cidade pesquisada onde os preços subiram (2,65% no ano).

Com a queda nos preços dos alimentos e os seguidos reajustes no salário mínimo, a fatia do rendimento-base comprometida com a compra dos alimentos essenciais é uma das menores da história. Em São Paulo, cidade para a qual o Dieese dispõe da série de dados mais longa, a parcela necessária foi 49,47%, menor percentual desde 1971.

O Dieese destacou que a redução mensal do custo da cesta básica em 14 das 17 capitais foi efeito da queda generalizada dos produtos na maioria das cidades: leite, com queda em 15 localidades; tomate, em 14; e arroz, em 13, foram os principais destaques. Apenas o óleo de soja e a farinha de mandioca, que foi pesquisada apenas nas oito capitais do Norte e do Nordeste, aumentaram em maior número de cidades.

Entre dezembro de 2008 e o encerramento de 2009, produtos alimentícios de maior importância na mesa do brasileiro, como o arroz e feijão, ficaram mais baratos em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese.

Outros itens com recuos na maior parte das capitais no ano foram a carne, o tomate e o pão. O açúcar, por sua vez, mostrou aumento em todas as capitais pesquisadas, sendo que, em 16 delas, a alta foi superior a 20%. Leite, óleo e batata também tiveram predomínio de alta na maioria das capitais brasileiras em 2009.

José Maurício Soares, coordenador da pesquisa, destaca que o salário mínimo vem ganhando poder de compra desde 1995. Em maio daquele ano, o governo federal concedeu aumento do rendimento, que passou de R$ 70 para R$ 100. Soares afirma que, particularmente em 2009, quando o salário mínimo subiu 5,8% acima da inflação e passou a R$ 465, o poder de compra aumentou porque os preços ficaram mais favoráveis aos trabalhadores. De acordo com o Dieese, no ano passado, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou trabalhar 20 horas a menos ao mês que em 2008 para comprar a cesta.

Perspectivas para 2010

Neste ano, o crescimento da economia deve aumentar os índices de preços, segundo Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas. Para o especialista da FGV, à medida que a recuperação da economia global se firmar, os preços voltarão ao terreno positivo, embora a alta de preços deva ser mais moderada do que a registrada em 2008.

Por sua vez, o diretor da UFRJ acrescenta que o poder de compra do salário mínimo deve continuar aumentando, pois as perspectivas para o crescimento econômico neste e no próximo ano são favoráveis.

As informações são da Folha de S.Paulo e Estado Online, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.

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