É justamente estes mercados que os produtores do Chile estão mirando, de forma que se prevê o desenvolvimento do setor ovino como uma das áreas com maiores projeções comerciais do setor agrícola chileno. Isso foi ratificado pelo vice-secretário da Agricultura do Chile, Reinaldo Ruiz, em um encontro com produtores ovinos do sul do país. "O desenvolvimento do setor pecuário para nós é de alta prioridade. Observamos que nele estão sendo geradas grandes oportunidades para um desenvolvimento sustentável e de qualidade de seus animais, o que nos mantém muito entusiasmados e desejosos de seguir apoiando através de nossos programas e entidades".
A produção deste tipo de carne tem aumentado bastante nos últimos tempos, apoiada pelas pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisas Agropecuárias (INIA) e pelo principal exportador da Província de Nuble, Agro Nuble. Este novo mercado se abriu graças ao alto consumo deste tipo de carne em países europeus e norte-americanos, o que influenciou na decisão de produzir elementos geneticamente melhorados com a finalidade de cumprir com os exigentes padrões de certificação exigidos pelos mercados internacionais.
Os produtores chilenos estão confiantes quanto à qualidade da carne nacional e veem com bons olhos o aumento das exportações deste produto. Por este motivo, vários agricultores têm decidido investir no setor. É o caso, por exemplo, de Álvaro Salinas, que recentemente se uniu ao projeto de Innova Bío Bío, após três anos estudando diferentes modelos de produção e após realizar uma viagem à Espanha como parte do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores de Carnes Nuble, onde adquiriu novos conhecimentos sobre o assunto.
Seu projeto pretende aumentar a produção de carne baseada na engorda intensiva de cordeiros desmamados precocemente sob as normas de bem-estar animal, rompendo desta forma a estacionalidade reprodutiva da ovelha e substituindo o material genético do plantel pelo cruzamento de raças de carne de alta prolificidade (proporção de cordeiros nascidos por matrizes).
"Com a implementação deste novo sistema de engorda, deveria chegar a ter 25 ovelhas por hectares, aumentando, assim, em sete cabeças de gado a produtividade", disse Salinas.
Atualmente, 95% das exportações são destinadas ao mercado europeu e norte-americano e os 5% restantes são comercializados no país.
A demanda de carne deste tipo é tão alta nos Estados Unidos, que sua produção interna não consegue cobrir 50% da demanda existente, precisando importar o restante. Os principais fornecedores de carne ovina do mercado norte-americano são Nova Zelândia e Austrália. No entanto, especula-se que estes países deverão baixar sua produção devido ao alto preço do leite e à seca.
A reportagem é do DiarioLaDiscusion.cl, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint.
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