A princípio, o grupo chinês, formado por investidores privados (mas sempre com a presença do governo da China como sócio) está interessado em adquirir entre 200 mil e 250 mil hectares de terras tanto no oeste do estado quanto na região do Mapito. Discretos, mas decididos e, principalmente, capitalizados, os chineses passaram pelos municípios de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, conheceram o potencial produtivo da região e já consideram a possibilidade de instalar uma indústria de processamento de grãos na Bahia para a produção de biodiesel a partir do processamento de soja, algodão, girassol e mamona.
"Para os chineses, a área de agroenergia é um setor de grande interesse. Eles precisavam da assinatura desse protocolo para acelerar a parte burocrática dentro da China e dar andamento no processo de investimento", comemora Eduardo Salles, secretário de Agricultura da Bahia.
Tão ou mais discretos que os chineses são os estrangeiros que já estão instalados e produzindo na fronteira agrícola. São pelo menos dez empresas de médio e grande porte, cultivando principalmente algodão, soja e milho.
O Pallas International e outros estrangeiros estão atentos às oportunidades no Mapito e no oeste baiano e dispostos a investir, principalmente na aquisição de terras. Estimativas do mercado dão conta que exista no mundo aproximadamente US$ 20 bilhões disponíveis para compra de terras agrícolas em todas os países, sendo que pelo menos US$ 5 bilhões teriam como destino certo o Brasil.
"Os estrangeiros enxergam uma oportunidade de investimento e o Brasil é uma das melhores opções, pois em países como Colômbia e Paraguai, além da África e do Leste Europeu, a insegurança institucional ainda é muito grande. O interesse desses investidores é enorme no Brasil, especialmente no Mapito e no oeste da Bahia", diz Fernando Jank, diretor geral da Tiba Agro, empresa brasileira que trabalha na captação de recursos estrangeiros para compra de terras no país e que já possui aproximadamente 320 mil hectares nessa região.
O interesse não é por acaso. O cerrado nordestino e do Tocantins está pelo menos mil quilômetros mais próximo do porto que o de Mato Grosso e ainda tem terras mais baratas. Na região de Sinop, norte mato-grossense, o preço médio do hectare é 30% superior à média do "Mapito-BA". Na "nova" fronteira, ainda é possível comprar um hectare por cerca de R$ 5 mil.
Esses investidores estão de olho em 20 milhões de hectares disponíveis para a agricultura, que estão fora do bioma amazônico e não são áreas de pastagem. Desse total, a estimativa é que pelo menos 4 milhões de hectares sejam divididos por 15 grandes grupos, entre investidores estrangeiros e empresas nacionais profissionalizadas, interessados tanto na aquisição de terras para investimento quanto na produção de grãos e fibras. De modo geral, existem dois grupos de investidores. O primeiro, geralmente formado por fundos interessados em aplicações de longo prazo na aquisição de terras baratas para torna-las produtivas e ganhar na valorização e um segundo interessado em terras para produção.
A reportagem é do Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
luciano di carlo botelho dias
Ouro Preto do Oeste - Rondônia - Produção de leite
postado em 27/05/2010
Será que é interesante para o brasil a entrada de estrangeiros competindo com agricultores brasileiros? Empresas com alto poder aquisitivo fazem imvestimentos pesados, vão produzir muito, pode desequilibrar o mercado, fazendo com que os preços das comodites caiam, isso não seria bom para os produtores.
Luciano botelho
sitio alagria
pecuaria leiteira