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China inicia investimentos no cerrado nordestino

postado em 27/05/2010

6 comentários
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Um negócio da China. É o que esperam fazer o governo da Bahia e investidores chineses que finalmente se preparam para desembarcar no oeste do estado. Depois de muitas especulações sobre o interesse de estrangeiros na região - que se destacou nas últimas décadas como uma das últimas "novas" fronteiras agrícolas do país, junto com o cerrado de Maranhão, Piauí, Tocantins (Mapito) - o Pallas International assinou com o governo um protocolo de intenções para se instalar no oeste baiano com o objetivo de produzir grãos para exportação e também atuar no segmento de bioenergia, em parceria com produtores locais.

A princípio, o grupo chinês, formado por investidores privados (mas sempre com a presença do governo da China como sócio) está interessado em adquirir entre 200 mil e 250 mil hectares de terras tanto no oeste do estado quanto na região do Mapito. Discretos, mas decididos e, principalmente, capitalizados, os chineses passaram pelos municípios de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, conheceram o potencial produtivo da região e já consideram a possibilidade de instalar uma indústria de processamento de grãos na Bahia para a produção de biodiesel a partir do processamento de soja, algodão, girassol e mamona.

"Para os chineses, a área de agroenergia é um setor de grande interesse. Eles precisavam da assinatura desse protocolo para acelerar a parte burocrática dentro da China e dar andamento no processo de investimento", comemora Eduardo Salles, secretário de Agricultura da Bahia.

Tão ou mais discretos que os chineses são os estrangeiros que já estão instalados e produzindo na fronteira agrícola. São pelo menos dez empresas de médio e grande porte, cultivando principalmente algodão, soja e milho.

O Pallas International e outros estrangeiros estão atentos às oportunidades no Mapito e no oeste baiano e dispostos a investir, principalmente na aquisição de terras. Estimativas do mercado dão conta que exista no mundo aproximadamente US$ 20 bilhões disponíveis para compra de terras agrícolas em todas os países, sendo que pelo menos US$ 5 bilhões teriam como destino certo o Brasil.

"Os estrangeiros enxergam uma oportunidade de investimento e o Brasil é uma das melhores opções, pois em países como Colômbia e Paraguai, além da África e do Leste Europeu, a insegurança institucional ainda é muito grande. O interesse desses investidores é enorme no Brasil, especialmente no Mapito e no oeste da Bahia", diz Fernando Jank, diretor geral da Tiba Agro, empresa brasileira que trabalha na captação de recursos estrangeiros para compra de terras no país e que já possui aproximadamente 320 mil hectares nessa região.

O interesse não é por acaso. O cerrado nordestino e do Tocantins está pelo menos mil quilômetros mais próximo do porto que o de Mato Grosso e ainda tem terras mais baratas. Na região de Sinop, norte mato-grossense, o preço médio do hectare é 30% superior à média do "Mapito-BA". Na "nova" fronteira, ainda é possível comprar um hectare por cerca de R$ 5 mil.

Esses investidores estão de olho em 20 milhões de hectares disponíveis para a agricultura, que estão fora do bioma amazônico e não são áreas de pastagem. Desse total, a estimativa é que pelo menos 4 milhões de hectares sejam divididos por 15 grandes grupos, entre investidores estrangeiros e empresas nacionais profissionalizadas, interessados tanto na aquisição de terras para investimento quanto na produção de grãos e fibras. De modo geral, existem dois grupos de investidores. O primeiro, geralmente formado por fundos interessados em aplicações de longo prazo na aquisição de terras baratas para torna-las produtivas e ganhar na valorização e um segundo interessado em terras para produção.

A reportagem é do Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

luciano di carlo botelho dias

Ouro Preto do Oeste - Rondônia - Produção de leite
postado em 27/05/2010

Será que é interesante para o brasil a entrada de estrangeiros competindo com agricultores brasileiros? Empresas com alto poder aquisitivo fazem imvestimentos pesados, vão produzir muito, pode desequilibrar o mercado, fazendo com que os preços das comodites caiam, isso não seria bom para os produtores.


Luciano botelho
sitio alagria
pecuaria leiteira

Ramon Benicio Lima da Silva

Niterói - Rio de Janeiro - OUTRA
postado em 28/05/2010

Caro amigo Luciano,

Concordo plenamente com você, estamos correndo um sério risco. O pior é que os governos acham tudo isto muito interessante. O problema é prá quem isto é interessante? E se fosse ao contrário nós brasileiros comprando terras na China.

Primeira consideração: Como se isto fosse possível. O regime político chinês não permite.

Então temos um país cujo regime político é um dos antipáticos, se não o mais antipático, do mundo, que não respeita direitos de ninguém, escraviza os trabalhadores lá no seu país e agora vem escravizar os trabalhadores daqui, produzir em nossas terras.

Porque o governo brasileiro não estimula os produtores brasileiros com financiamento a preço justo, melhora a infraestrutura do país para os brasileiros produzirem? Só quero ver quem vai pagar esta conta no final.

Um grande abraço
Ramon Benicio

luciano di carlo botelho dias

Ouro Preto do Oeste - Rondônia - Produção de leite
postado em 10/06/2010

caro ramon, obrigado por concordar com meus pensamentos.o problema do nosso pais e que politico não PODE VER DINHEIRO, isso rola atras dos bastidores grandes comissões, mais e muito dinheiro entroca disso vendem ate a alma.
brasileiro e dificil ir a china ate em passeio quanto menos comprar terras,o governo chines não e bobo nunca vai permiti isso, ate porque a china e um paiz muito populoso,tem grande area territorial mas só 60%e cultivavel,por isso o interese de comprar terras fora.
infelismente o nosso brasil não tem politicas justa,não tem insentivo a nada,quantos produtores perderam tudo o que tinha pegando dinheiro em bancos, pagando juros altissimos,eu sempre falo que nos produtores somos herois,estamos fazendo com que o brasil cresça na maior parte dos produtores com recursos proprio.
caro ramon essa conta como sempre quem paga somos nos!!!!!!!!!




abraços. luciano botelho dias
sito alegria opo - Ro
pecuaria leiteira

Ramon Benicio Lima da Silva

Niterói - Rio de Janeiro - OUTRA
postado em 11/06/2010

Caro Luciano,

Alguns dados relativos a produção agropecuária da China são para deixar qualquer um bastante apreensivo.

A China tem 20% da população mundial mas somente 7% de toda área arável disponível do mundo. E somente de 10 a 15% de suas terras se prestam para agricultura.

Além disso 60% da população da China vive no campo, ou seja não tem comida para toda a sua população.

Mas um dado me deixou bastante preocupado: As fontes de água na China estão totalmente poluídas e sem água não tem agropecuária.

Produzir comida no quintal dos outros e ainda ter água de sobra, como só no Brasil tem, quem não quer?

Nossos governantes deveriam ter vergonha na cara e não permitir que isso acontecesse. Só quero ver quando nossas terras com possibilidade de cultivo estiverem esgotadas, como vamos alimentar nossos netos, tataranetos e assim por diante. Vamos comprar comida na China?

Um grande abraço.
Ramon


luciano di carlo botelho dias

Ouro Preto do Oeste - Rondônia - Produção de leite
postado em 17/06/2010

concordo plenamente!!!! e o fantasma da nova lei ambiental qual a repercução esta tendo ai na sua região?,aqui na região norte estamos preocupados!se tivermos que reflorestar 50% das nossas propriedades a coisa vai ficar feia.abraços

Ramon Benicio Lima da Silva

Niterói - Rio de Janeiro - OUTRA
postado em 18/06/2010

Aqui no RJ o principal problema é a mata atlantica que tem legislação própria, e basicamente todo RJ é ou foi de mata atlantica. Comprar terras no RJ é um dilema pois corre-se o risco de não poder derrubar uma árvore sequer.

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