A pesquisa ouviu 1.000 entrevistados em 70 cidades do País. Deste total, 23% sinalizaram interesse em gastar mais este ano, contra 17% em 2011, impulsionados pela classe C.
O maior interesse da classe média em compras também ajudou a impulsionar o gasto médio do brasileiro com alimentação, higiene e limpeza, que cresceu 14,5% no período, de R$ 365,54 para R$ 418,56, em valores atualizados. "Este movimento de maior ímpeto de consumo da classe C não é novidade. Mas realmente houve um avanço expressivo no início deste ano", afirmou o economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos.
O contínuo crescimento da massa salarial do brasileiro, que norteou a migração de consumidores de faixas de renda baixa para mais elevadas nos últimos anos, tem sustentado o consumo da classe C. "O mercado de trabalho continuou aquecido no começo de 2012, e isso facilitou também o acesso ao crédito", disse, lembrando que estabilidade no emprego é pré-requisito em tomadas de empréstimos. Outro fator lembrado pelo economista foi o término das medidas macroprudenciais em meados do ano passado, anunciadas em dezembro de 2010 e que restringiam consumo.
Entre as prioridades de consumo, o destaque na pesquisa foi reforma de casa, lembrado por 28% dos consumidores da classe C na pesquisa, contra 17% em janeiro de 2011. Este serviço também foi o mais lembrado pelas faixas de renda A e B (24%); e D e E (31%). Além da continuidade de redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre material de construção, prorrogada três vezes, Travassos lembrou a recente linha liberada pelo governo, via Caixa Econômica Federal (CEF) para reformas de domicílio, com recursos do FGTS.
Para o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Bruno Fernandes, o consumo em alta da classe C deve continuar nos próximos anos. "As condições são favoráveis", afirmou. Em 2012, houve aumento real de 7% no salário mínimo, cujo reajuste é indexado a partir da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação. O especialista não acha impossível novos reajustes em patamar próximo ao de 2012. Caso ocorra continuidade de aumentos do salário mínimo neste nível, isso continuará a puxar para cima o poder de compra da baixa renda, além de impulsionar a migração de consumidores mais pobres para a classe média. "E não podemos nos esquecer que a inflação está mais bem comportada este ano. Isso dá um poder de compra maior para o consumidor", afirmou Fernandes.
Na prática, a alteração na composição das classes sociais no Brasil, beneficiada por política de transferência de renda, também transformou o orçamento do brasileiro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os alimentos, que chegaram a representar quase um terço da inflação do varejo agora são um pouco menos de um quarto. "Com o aumento de renda do trabalhador na última década, o consumidor mais pobre desloca gastos para outros tipos de consumo e não se concentra mais, principalmente, em alimentos', explicou o economista da FGV, André Braz.
A reportagem é de Alessandra Saraiva, da Agência Estado, adaptada pela Equipe AgriPoint.
Reinaldo Foresti Junior
Campanha - Minas Gerais - Produção de café
postado em 09/03/2012
As informações acima e realidades constatadas são de grande importância para o nosso desenvolvimento econômico e social e respectivas distribuiçao de rendas para todas as classes sociais acontecem em um momento crucial de nossa história. Vamos torcer para este contínuo progresso e empenho desdobrado para que estas classes em ascenção continuem e aumentem o consumo do nosso café principalmente o hábito para as populações jovens de grande valor de demanda. Estamos no caminho certo. Parabéns aos orgãos de divulgação desta brilhante realidade.