Os contratos futuros do milho estiveram em queda na maior parte dos últimos três meses, quando a safra dos EUA foi colhida e entrou no mercado, e a demanda de exportação caiu devido à maior concorrência. Mas o foco agora está na América do Sul, para ver se a produção da região ficará aquém das expectativas, deixando que os EUA preencha a lacuna.
O milho para entrega em março na Bolsa de Futuros e Opções de Futuros de Chicago (Chicago Board of Trade) subiu 6,3% na semana passada, estabilizando-se em US$ 6,1950 o bushel. Os contratos futuros de soja continuaram em alta devido à mesma preocupação com o clima, subindo 2,9% na semana e fechando em US$ 11,63 o bushel.
"A situação na América do Sul merece atenção", disse Shawn McCambridge, analista de grãos na Jefferies Bache. "Ela pode se tornar um problema maior se as condições continuarem se deteriorando."
O calor do verão do hemisfério sul tem se agravado com o La Niña, fenômeno em que as águas tropicais do Oceano Pacífico ficam excepcionalmente frias, causando condições de seca na América do Sul.
Intenso calor e tempo seco na Argentina e condições de seca no Brasil vêm chamando a atenção dos operadores, que durante semanas estavam focados em sondar a confiança dos investidores acerca da crise da dívida europeia.
As culturas de milho no Brasil e na Argentina estão entrando na fase da polinização. Ambos os países são grandes produtores mundiais, o que significa que qualquer declínio na sua produção reduziria as opções dos compradores de milho e poderia transferir a demanda de exportação de volta para os EUA.
Embora a região tenha recebido alguma chuva na semana passada, os operadores temem que não será suficiente para compensar a tendência de longo prazo. A previsão é de um mês de janeiro mais seco do que o normal.
"O problema é que houve uma ruptura bastante grande entre os sistemas de chuvas e a área de cobertura não tem sido tão boa como seria desejável", disse David Streit, meteorologista do Commodity Weather Group em Bethesda, Estado de Maryland.
Analistas disseram que a alta nos preços do milho na semana passada não foi causada apenas pelo clima. McCambridge disse que o mercado tem se retraído muito rapidamente, caindo no início do mês para a maior baixa em um ano. Os investidores também vêm abandonando posições a descoberto, especulando que uma queda drástica nos preços não deve acontecer no curto prazo.
Mesmo assim, eles dizem que apesar do clima quente, ainda é cedo para assumir que haverá perdas na safra do milho ou de outras culturas.
Negociar em mercados que dependem do clima já é "muito difícil aqui nos EUA, quando há chuva", disse Jim Riley, analista do Linn Group, corretora de Chicago. "E é muito mais difícil na América do Sul".
As informações são do The Wall Street Journal, adaptadas pela Equipe Agripoint.
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