"Temos pequenos, médios e grandes que abastecem a mesa do brasileiro e também exportam. Estamos perdendo tempo discutindo uma coisa que é menor, a divisão entre pequenos e grandes em dimensão de terra. Temos que discutir é quem tem renda ou não para viver com dignidade", alertou a senadora, em entrevista coletiva.
Os dados dessa nova publicação são resultado de um trabalho realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a partir dos mesmos microdados utilizados no Censo Agropecuário 2006 do IBGE. "A diferença é que essa nova análise foi realizada exclusivamente sob critérios técnicos, excluindo interpretações ideológicas e tendenciosas", alertou a senadora. O estudo da FGV corrigiu falhas, principalmente quanto a ampliar o grupo da agricultura familiar em detrimento da agricultura comercial, criando uma disputa que não leva o Brasil ao equilíbrio desejado. Segundo Kátia Abreu, o principal erro do Instituto foi não ter adotado a regulamentação da Lei 11.326, de 2006, feita pelo Banco Central, que define o conceito de agricultura familiar.
"O IBGE fez, a partir dos microdados coletados na base, uma leitura equivocada e tendenciosa do ponto de vista ideológico. Queriam dizer ao Brasil que a agricultura familiar sustenta o País e que a agricultura comercial traz apenas o mal e está voltada para as exportações. Isso não é verdade. Temos, no Brasil, pequenos, médios e grandes produtores que abastecem a mesa do brasileiro e também geram alimentos que são vendidos para outros países", disse a senadora Kátia Abreu, refutando a tentativa de manipulação da opinião pública brasileira.
A FGV apurou que o Brasil tem 3,3 milhões de produtores rurais "pronafianos", da "agricultura familiar". Esse grupo representa 64,4% do total de estabelecimentos rurais do País, mas gera apenas 22,9% do Valor Bruto de Produção da agropecuária. De outro lado, os produtores rurais que não são atendidos pelo Pronaf, usualmente são chamados de "agricultores comerciais", respondem por 76,3% da geração do produto bruto da agropecuária brasileira, embora respondam por 1,6 milhão de propriedades, ou seja, apenas 30,7% do total das propriedades rurais.
O estudo comprova que, ao contrário do que disse o IBGE, não é a agricultura familiar que alimenta o Brasil. Além disso, a FGV mostra que os produtores rurais de baixa renda, além de ter fraca produção, enfrentam dificuldades até mesmo para subsistir. "Mais de dois terços dos enquadráveis geram um Valor Bruto da Produção tão baixo que se questiona a possibilidade de algum instrumento voltado à produção vir a alterar significativamente o nível de renda deste segmento", indica o documento da FGV. Essa parcela de público sobrevive a partir da receita de outras fontes, o que justificaria caracterizá-la como 'residentes rurais', e deveria ser atendida por meio de políticas sociais e de combate à pobreza, alerta a FGV.
A participação dos produtores rurais atendidos pelo Pronaf é importante nas lavouras do fumo (74%); da mandioca (48,7%) e na horticultura (36,1%). De acordo com a análise realizada pela FGV, os produtores não enquadráveis no Pronaf apresentam participações importantes na produção de praticamente todos os produtos da lavoura: 99,5% no algodão; 95,4% na cana-de-açúcar; 92% na laranja; 84,4% na fruticultura; 80,1% na batata; 79,2% nos grãos; 77,5% no café e 61,9% na horticultura.
A análise da FGV aponta, de forma incisiva, os caminhos que devem ser adotados pelas políticas públicas destinadas aos agricultores familiares, para que se fortaleçam e sejam inseridos definitivamente na agricultura comercial. A publicação "Quem produz o que no campo: quanto e onde - II", com 190 páginas, está disponível para consulta na internet, clicando aqui.
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), também defendeu o fim da distinção entre agricultura empresarial e familiar. "Não é (nosso) objetivo causar conflito entre os dois tipos de agricultura. A ideia é caminhar no sentido de garantir renda para todos que estão no campo", completou. A senadora contestou as análises que apontam aumento na concentração de terras no Brasil e disse que se a riqueza de um Estado fosse contabiliza a partir do número de propriedade rurais o Maranhão seria um Estado rico. "Se divisão de terra significasse riqueza, o Maranhão seria um Estado rico. Os indicadores sociais do Maranhão seriam os melhores", completou.
As informações são da CNA e da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
EPAMINONDAS DE ANDRADE
Araguaína - Tocantins - Produção de gado de corte
postado em 07/05/2010
Ainda bem que temos uma senadora Katia Abreu e sua equipe na CNA para corrigirem estas noticias tedenciosas e que nada contribuem com o agronegocio brasileiro.