"A importância de uma cadeia estruturada não é só econômica, mas também social, uma vez que as atividades são fontes de renda e subsistência para muitas famílias", explicou o presidente da comissão, Francisco Edílson Maia da Costa. O diagnóstico, apresentado pelo professor Marlon Vinicius Brisola, da UnB, revelou também a dificuldade financeira dos produtores para a implantação de tecnologias que poderiam alavancar a produtividade e a qualidade dos produtos. O levantamento apontou, ainda, a limitação do acesso ao crédito rural e o alto custo para contratação de empréstimos para investimentos e custeio da atividade como obstáculos para a estruturação da cadeia.
Outra constatação do estudo foi o baixo nível de profissionalização dos segmentos da cadeia produtiva, a falta de qualificação de mão de obra, além da falta de um controle do número de animais abatidos no País, o que sugere a ocorrência de abates que ocorrem sem o controle sanitário adequado. "A partir desse diagnóstico, vamos discutir e propor os encaminhamentos aos diversos órgãos institucionais para buscar a otimização de toda a cadeia", afirmou Maia, que também é presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Ovinos e Caprinos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), onde o estudo foi apresentado ontem.
Para buscar alternativas que permitam o desenvolvimento e a profissionalização da atividade, Maia informou que uma das propostas em debate é um plano de ação, elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com o objetivo de promover o melhoramento genético dos rebanhos por meio da Certificação Especial de Identificação e Produção (CEIP), já utilizada pela bovinocultura. Também há um grupo de trabalho da Câmara Setorial, coordenado pela Embrapa, trabalhando para apresentar as ações de estruturação de um programa nacional de sanidade para o setor, que dará suporte aos produtores.
Entre os participantes da reunião de ontem, houve consenso em relação à necessidade de união dos produtores em associações e cooperativas para fortalecer a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura. Representantes do Departamento de Cooperativismo e Associativismo (Denacoop) do Mapa propuseram o estímulo à formação de cooperativas e associações por meio da capacitação e treinamento das pessoas que atuariam como gestores dessas entidades.
"Consultorias podem ser desenvolvidas junto a essas entidades para alavancá-las", explicou Sônia Azevedo Nunes, coordenadora das Câmaras Setoriais da Área Animal do Mapa. Também participaram da reunião os pesquisadores Selmo Fernandes Alves e Octávio Rossi de Morais, da Embrapa Caprinos e Ovinos, e o coordenador nacional dos Projetos de Caprinos e Ovinos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Helbert Sá.
As informações são da Assessoria de Comunicação CNA, adaptadas pela Equipe FarmPoint.
Rafael
Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Distribuição de alimentos (carnes, lácteos, café)
postado em 02/07/2011
Primeiramente quero parabenizar a iniciativa da CNA, que recentemente vem buscando contribuir para que tenhamos mais competitividade no setor.
Porém, creio que a informalidade, a dificuldade de acesso a financiamentos e a baixa rentabilidade representam alguns problemas provenientes de (um) único grande problema, " a falta de organização da cadeia produtiva", para a qual encontramos muitas ações isoladas e "raríssimas ações coordenadas".
Outro aspecto relevante refere-se ao tratamento da(s) atividade(s) "ovinocaprinocultura", uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, é necessário ter foco específico em cada cultura, embora tenham semelhança no berro não justifica que sejam tratadas da mesma forma ou conjuntamente.
Atenciosamente,
Rafael Lopes.