Os especialistas do setor agropecuário previam a disputa mais acirrada da história da CNA entre Kátia Abreu e o atual presidente do órgão, Fábio de Salles Meirelles. Mas, com o acordo, um dos filhos de Meirelles ocupará uma das diretorias da confederação e o pai, em troca, deixa de concorrer com a senadora de Tocantins. No dia do registro de sua chapa, Kátia Abreu disse que fará o necessário para valorizar o agronegócio brasileiro. Para ela, falta um governo que olhe para o campo com a mesma importância que se olha para a indústria.
"O agronegócio nunca teve tanta dificuldade como agora, no governo Lula. É uma questão ideológica. Há várias ações agredindo o direito de propriedade. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já era muito urbano e desde Getúlio Vargas o País nunca mais teve um presidente com sensibilidade para o agronegócio. Em resumo, sou obrigada a admitir: temos levado muita bola nas costas".
A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil representa 1,2 milhão de produtores rurais e possui um orçamento anual de R$ 25 milhões, dinheiro que surge da contribuição sindical do setor. Podem ser filiados da CNA todos os proprietários de terras superiores a dois módulos fiscais, que variam de estado para estado. Em geral, os filiados da CNA têm, pelo menos, 200 hectares de terras. Caberá à Kátia Abreu liderar o grupo e lutar pelo fim dos gargalos logísticos.
Mas, antes de voltar suas fichas contra o presidente Lula, a futura presidente da CNA terá que olhar para o próprio setor e tentar amenizar os efeitos da crise econômica mundial que assola o mundo neste mês de outubro. Na última quinta-feira (9), a atual assessora técnica da CNA, Rosemeire Santos, declarou em entrevista coletiva que o PIB do agronegócio brasileiro deverá subir 9,5% em 2008. Até dias atrás, a entidade previa crescimento superior a dois dígitos, prova de que a recessão já começou.
"Muitos produtores ainda estão descobertos e quem não adquiriu os insumos terá dificuldade de conseguir crédito para comprar. O fato é que quem utilizar menos insumo em uma área plantada menor, porém com mais tecnologia, poderá manter o atual índice de produção. Já quem usar menos insumos em 100% da área poderá reduzir a lavoura. Mesmo assim, com todos esses contrapontos, a CNA considera 2008 um ano histórico, pelo volume de dinheiro e carga movimentados.
As informações são do Jornal A Notícia/TO, resumida e adaptada pela equipe AgriPoint.
L. Aguiar
Araxá - Minas Gerais - Produção de leite
postado em 15/10/2008
Os senhores que sempre comandaram a CNA estão de parabéns por terem a sensatez de mudar alguma coisa nessa entidade tão importante para a classe rural brasileira.
Espero que essa senhora consiga resultados mais concretos do que esses senhores que passaram por muitas décadas nessa entidade e muito pouco fizeram. Que se garanta o direito à propriedade que na prática não mais existe no Brasil, que se faça uma revisão na política agrícola e ambiental. Que se tenha menos burocracia na hora de conseguir crédito para produzir e menos demagogia com as leis ambientais. Que se tenha mais sensatez e bom senso na hora de lidar com o setor produtivo rural.
Lucas.