"Aumentar a produção não é um bom negócio", disse, em audiência na Câmara na semana passada, o professor Guilherme Dias, da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, consultor da entidade.
A CNA enxerga dois cenários que contribuem para essa orientação: o endividamento dos produtores (sem dinheiro, não pagam as parcelas vencidas e ficam sem a possibilidade de novos financiamentos bancários) e o fato de a crise internacional ter gerado não apenas a falta de crédito, mas também a diminuição no consumo.
Diante do endividamento e da falta de crédito, uma primeira alternativa aos produtores seria manter a área plantada, mas diminuir o uso de tecnologia. Para a CNA, essa opção já está em prática na atual safra (2008/2009) e é "improvável" que seja repetida na seguinte (2009/2010), por conta dos riscos de desgaste do solo. Restaria, então, a troca por culturas mais baratas (algodão por soja, por exemplo) e a diminuição da área plantada.
Para a Conab, a área plantada na atual safra totalizará 47,4 milhões de hectares. Esse número, segundo a CNA, poderá cair em ao menos 20% naquela que vai de julho de 2009 a junho de 2010.
Essa estimativa tem como base o recuo já registrado na indústria (queda de 17,2% em janeiro, ante o mesmo mês de 2009) e a queda na compra de fertilizantes.
De acordo com a Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos), no primeiro bimestre de 2009 houve queda de 26,4% na entrega de fertilizantes aos produtores do país em comparação com o mesmo período de 2008. Nesse mesmo período, segundo a Anda, caíram também a produção nacional (32,7%) e a importação do produto (87,6%). Isso, para a CNA, é um demonstrativo claro da paralisia dos produtores.
As informações são do jornal Folha de S. Paulo, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.
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