Aliada à questão cambial, o aumento dos custos dos insumos e a precariedade da infra-estrutura reduziram a renda do produtor. "Os grandes números do setor em 2007 serão extraordinários. Safra de grãos, cana e proteína animal recordes, assim como no VBP, PIB e exportações. Porém, o produtor ainda enfrenta o mais básico dos problemas: a falta de rentabilidade", considerou o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta Ferreira, ao divulgar o balanço do ano e perspectivas do setor para 2008.
Apesar da queda da taxa de juros dos recursos de crédito rural, de 8,75% para 6,75% ao ano, a CNA prevê que em 2008 os produtores não tomarão recursos com a intensidade esperada. Para 2007/08, foram previstos R$ 70 bilhões para o crédito rural.
No caso da pecuária de leite, houve dois momentos distintos em 2007: recuperação dos valores recebidos pelos produtores até setembro, seguida por queda dos preços pagos em função do crescimento da produção e da redução do consumo do leite longa vida. "O grande desafio para o setor lácteo é ampliar o consumo no mercado interno e aumentar as exportações", afirmou o superintendente da CNA. A expectativa é que no próximo ano a demanda mundial pelo produto continue forte, embora ainda não se saiba quais países serão os principais provedores do mercado mundial. No Mercosul, Argentina e Brasil têm o maior potencial para ampliar produção e exportação de leite e derivados.
Para a pecuária de corte, 2007 marcou o processo de recuperação de renda, invertendo a situação apresentada nos últimos quatro anos, em decorrência dos aumentos nos custos de produção e queda nos preços da arroba do boi. Para 2008, as expectativas são de que a pecuária inicie novo ciclo de crescimento. O País deverá manter a liderança das exportações mundiais de carne bovina, pois seus principais concorrentes ainda enfrentam problemas para aumentar a oferta, como Argentina, Austrália, Estados Unidos e União Européia.
A estimativa da produção de café para a safra 2007/2008 é de 32,6 milhões de sacas de café beneficiado. Quando comparada à produção 2006/2007 (42,5 milhões), revela-se uma redução de 23,3% devido aos efeitos da bienalidade da produção brasileira. Investimentos em promoção comercial, o boom do consumo fora do lar alavancado pela expansão das cafeterias, a melhoria da qualidade do produto e o aumento da renda são as principais causas da expansão do mercado interno. Mas, apesar da valorização dos preços internacionais, a expectativa de manutenção da política cambial, o alto índice de endividamento setorial, e o aumento dos custos de produção - principalmente com mão-de-obra e fertilizantes - ainda reduzem a rentabilidade dos cafeicultores.
As informações são da Agência CNA.
Envie seu comentário: