Na pauta do encontro, que foi acompanhado pelo presidente da Comissão de Pecuária de corte da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), José Lemos Monteiro, a segurança da carne em relação aos perigos decorrentes de tecnologias utilizadas na pecuária. Em maio deste ano, as exportações de carne bovina para os Estados Unidos foram suspensas devido à constatação resíduos de um princípio ativo de vermífugo. A suspensão é temporária, até que sejam adotadas medidas de padronização.
Para Nogueira, uma série de fatores contribui para que as inadequações ocorram. "Falta fiscalização dos produtos comercializados, o produtor desconhece o período de carência e a indústria aproveita retalhos que não deveria aproveitar", relaciona. O dirigente apresentou aos frigoríficos a possibilidade de utilização da estrutura do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para a divulgação dos prazos e a conscientização do produtor quanto à utilização adequada de vermífugos e outros medicamentos. "Desde que os frigoríficos façam o recolhimento devido ao Senar", enfatizou.
No último dia 12, representantes dos frigoríficos Marfrig e JBS participaram de uma reunião para tratar do assunto na Famasul, juntamente com representantes da Superintendência Federal de Agricultura (SFA/MS), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur). José Lemos Monteiro apresentou uma lista de solicitação para os representantes dos frigoríficos, entre as quais a possibilidade de haver contraprova à disposição do produtor e que o prazo de carência não se estenda além de 150 dias, tempo necessário para que o vermífugo não esteja mais presente na carne.
Segundo Nogueira, a reunião de ontem teve a presença de representantes de frigoríficos, da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e da Associação Brasileira da Indústria de Exportação de Carne (Abiec), de laboratórios que fazem análise de resíduos. Atualmente, o Brasil tem 22 plantas habilitadas para exportação de carne bovina para os EUA, sendo que quatro delas ficam em Mato Grosso do Sul.
As informações são da Famasul, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
oswaldo okamoto
Maringá - Paraná - Indústria de insumos para a produção
postado em 21/07/2010
O problema de usar vermífugos sem controle e sem orientação técnica já é antigo, nossos pecuaristas acreditam mais no balconista de casa agropecuária do que nos técnicos. Embora o princípio ativo seja para outros vermes, veja o caso da cisticercose, o frigorífico tem que ter em média até 10% da área de câmaras frias a mais para guardar animais sequestrados para TF por 10 dias. E a Inspeção Federal faz sua lição quando encontra cisticercos vivos nas carcaças, envia para o Tratamento à frio, faz um relatório e envia às secretarias estaduais, aí começa o problema, para por aí!!! As secretarias não investigam o foco, não atacam as causas e com isso produtores desorientados e com prejuizo na venda, procuram soluções caseiras e/ou baratas, trazendo curas parciais e resistencias ao medicamento junto. Com o aumento de área plantada de cana-de-açucar, mão de obra do Nordeste chegam aos milhares para o corte, junto vem os ovos nas suas fezes, contaminando nossas pastagens por anos. Se as secretarias obrigarem a fazer um tratamento nestes trabalhadores, diminuiriramos muito as perdas para o produtor e para frigorífico, cortando o ciclo, sem contar na saúde!!