O PIB agrícola caiu 0,1% no segundo trimestre do ano na comparação com o primeiro. Os demais setores da economia, porém, apresentaram avanço no mesmo período, com alta de 1,2% dos serviços e de 2,1% da indústria. "A agricultura é o único setor que está em recessão ainda. É preciso ver que somos diferentes mesmo, somos especiais", argumentou a senadora.
Para Kátia Abreu, foram três os principais pontos que levaram ao encolhimento da atividade de abril a junho. A primeira foi a redução do PIB de uma safra para outra, levando à descapitalização dos produtores. "Tivemos uma redução de 6% da safra 2007/2008 para a 2008/2009. Isso é muita coisa", considerou. O segundo ponto foi a queda da safra específica do café, de 15% e, o terceiro, a diminuição das atividades de silvicultura e pecuária.
A solução para a agricultura é, na avaliação da senadora, um programa firme de subvenção por parte do governo. "É preciso que o governo arque com a diferença de preços, a fim de incentivar o produtor a permanecer em sua atividade", alegou.
Na comparação do segundo trimestre deste ano com idêntico período de 2008, a queda da atividade do setor foi ainda maior, de 4,2%. A presidente da CNA preferiu, porém, não tecer comentários sobre esse período específico, por conta da base de comparação muito elevada. "Tudo foi atípico em 2008. Fazer uma comparação nessa base seria irreal, para não dizer desonesto", comentou. No ano passado, a demanda mundial por alimentos estava em franca aceleração, o que levou a uma disparada das commodities, beneficiando o setor. "Vamos lembrar que a crise financeira internacional só chegou para valer mesmo no Brasil a partir de novembro", disse.
Opinião do Ministro da Agricultura - Reinhold Stephanes
A queda do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agrícola no segundo trimestre deste ano foi considerada relativamente pequena pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, levando-se em consideração os efeitos da crise financeira internacional sobre o mercado doméstico - em especial a falta de crédito para o setor. "O PIB ficou praticamente dentro do que a gente previa", considerou o ministro.
"Não podemos medir a agricultura nos mesmos padrões em que se mede a atividade de serviços, indústria e comércio, pois o setor possui um calendário próprio", alegou. Ele deu como exemplos a soja e o trigo, cujas colheitas estão concentradas, respectivamente, no primeiro e no terceiro trimestre do ano. "A comparação de um trimestre para o outro não pode ser feita por conta da sazonalidade."
Já em relação à comparação dos segundos trimestres de 2008 e 2009, Stephanes salientou o impacto que houve no setor por conta do período de seca, quando houve perda de 6 milhões de toneladas de grãos, em especial nos Estados do Sul do País. "Neste momento, a queda do PIB do setor não ocorreu por razões econômicas", disse. Um indício disso, segundo ele, foi o fato de a área plantada na safra atual ter sido maior do que a da safra anterior.
As perspectivas para o setor no acumulado do ano são positivas, na avaliação do ministro, devendo apresentar crescimento na comparação com 2008. "Se o clima se mantiver bem, as perspectivas são boas, pois a intenção de plantio continua normal.", ressaltou
As informações são da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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