É a primeira vez desde a criação do Copom, em junho de 1996, que a Selic atinge o patamar de um dígito. Novamente, a decisão do Copom foi conservadora, o que já era esperado pelo mercado. Esta decisão reforça o posicionamento do Comitê em defesa da necessidade de se manter atento às pressões inflacionárias. Revela, inclusive, a preocupação com futuras flexibilizações, que deverão ser implementadas com mais parcimônia.
Para a CNA, os números divulgados, na terça-feira (09), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a economia brasileira abrem espaço para uma redução ainda maior da taxa Selic. Segundo esses dados, o Brasil entrou em recessão no quarto trimestre do ano passado. Apesar da queda do PIB no 1º trimestre, de -0,8% sobre o quarto trimestre, ter sido menor do que a esperada pelo mercado, os números do IBGE mostraram uma economia em forte contração, com queda acumulada do PIB de 4,5%, em seis meses. O que mais preocupa, no entanto, é a expressiva retração dos investimentos.
O setor agropecuário, cujo PIB caiu 0,5%, registrou a terceira taxa trimestral negativa consecutiva. O mercado formal de trabalho continua estagnado desde outubro do ano passado e a indústria ainda trabalha, na maioria dos setores, especialmente os ligados a bens de capital e à exportação, com baixa taxa de utilização da capacidade instalada. Embora a inflação mostre resistência para a queda, tende a reduzir-se nos próximos meses e deverá convergir para a meta de 4,5% em 2009 e, provavelmente, também em 2010.
As informações são da CNA, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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