Cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) comprados e vendidos nas bolsas de Chicago (soja, milho e trigo) e Nova York (açúcar, algodão, cacau, café e suco de laranja) mostram que, exceto o trigo, todas as demais commodities encerram dezembro mais valorizadas do que no mesmo mês de 2008. E as altas entre as médias verificadas nesses meses, no balanço fechado no dia 29, vão de 8,38% (milho) a 105,14% (açúcar).
Não fossem os elevados custos de produção e a valorização do real em relação ao dólar, os exportadores brasileiros estariam bem mais aliviados e as contas do setor seriam mais positivas. Também sob a influência negativa da queda da colheita de grãos na safra passada, o Brasil fecha 2009 com redução da receita bruta de suas principais lavouras e com o PIB do agronegócio em baixa de 5%.
Ocorre que dólar e commodities costumam oscilar em direções opostas, e as valorizações das commodities agrícolas exportadas pelo Brasil carregam forte influência dos movimentos financeiros de grandes fundos de investimentos que procuraram alternativas mais seguras em meio à turbulência global. A conjuntura, permeada por aumentos artificiais de liquidez com potencial inflacionário, ajudou a enfraquecer a moeda americana, formando uma engrenagem que, segundo especialistas, deverá oferecer suporte às commodities por pelo menos mais alguns meses. A resiliência do consumo global de alimentos apesar das recessões ou dos crescimentos menores, que colabora para manter os preços elevados.
Do lado da demanda, no mercado de soja, a economia da China, maior importador mundial do grão - carro-chefe das exportações do Brasil -, sofreu uma desaceleração, mas nem por isso o apetite do gigante no exterior arrefeceu e as importações chinesas fecham 2009 com um novo recorde histórico.
A questão agora é como será o comportamento do consumo nas economias desenvolvidas, que também afetam os preços de commodities menos essenciais como algodão, cacau, café e suco de laranja.
Do lado da oferta, o início de 2009 também foi de pressão positiva sobre os preços, especialmente dos grãos. Uma forte estiagem no sul da América do Sul não poupou os campos argentinos, fez tombar a produção de soja e milho do país e alavancou as cotações, o que contribuiu para a alta das exportações brasileiras, sobretudo de soja.
A produção americana de grãos nesta temporada 2009/10, por exemplo, foi dentro das expectativas. O plantio de grãos na América do Sul também indica aumento da colheita. São fatores considerados "baixistas" para produtos como soja e milho, como realça Vinícius Ito, analista da Newedge baseado em Nova York, mas as ameaças provocadas pelo El Niño na América do Sul e a forte carga especulativa nas bolsas por enquanto debelam os riscos de quedas bruscas, ainda que ajustes para baixo possam ocorrer.
Enquanto isso não acontece, os exportadores brasileiros comemoram as altas de 2009. Na comparação entre os preços médios de dezembro (até o dia 29) e do mesmo mês de 2008, a commodity que mais subiu após o açúcar (105,14%) foi o suco de laranja (76,89%), seguido por algodão (64,94%), cacau (37,17%), café (29,91%), soja (19,12%) e milho (8,38%). Só o trigo, que o Brasil importa em grandes volumes, recuou, mas ainda assim 0,16.
A reportagem é de Fernando Lopes, para o jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela equipe AgriPoint.
ubyarajara macedo de paula jurinor
Goiânia - Goiás - Produção de gado de corte
postado em 30/12/2009
ainda tenho 900 bois no confinamento com oferta de 70.00 a vista, mas nao vendo estao sem bois, chove bem as estradas estao ruins , ja ja chegamos a 73.00 a 75.00 a vsta.