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Commodities podem testar novos picos em 2011

postado em 30/12/2010

1 comentário
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Há mais fatores que indicam que as principais commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no exterior permanecerão com preços internacionais firmes nos primeiros meses de 2011 do que elementos que sinalizam a possibilidade de uma queda significativa em relação aos elevados patamares atuais. As cotações de soja e milho são as mais elevadas desde julho de 2008, enquanto o suco de laranja oscila em torno de máximas em três anos e meio, o café em mais de 13, o açúcar em três décadas e o algodão em 140 anos.

A demanda global por alimentos segue aquecida, puxada por emergentes liderados pela China, e perduram reflexos climáticos negativos sobre a oferta de exportadores como Rússia e Argentina. Ao mesmo tempo, as incertezas financeiras em mercados desenvolvidos como EUA e Europa ainda geram movimentos que deixam como resultado um dólar fraco e atraem grandes fundos de investimentos a mercados como os de grãos, entre outros, cujos fundamentos justificam a ampliação dessas apostas.

Conforme as estimativas mais recentes do Conselho Internacional de grãos (IGC, na sigla em inglês), nesta safra 2010/11, em fase final de colheita no Hemisfério Norte e de plantio no Hemisfério Sul, a produção mundial de trigo e grãos forrageiros, incluindo o milho, alcançará 1,725 bilhão de toneladas, para um consumo total de 1,786 bilhão. Se confirmado o cenário, os estoques voltarão a cair, o que já ocorreu em 2009/10 em relação ao ciclo anterior.

O total de investimentos financeiros nos mercados de commodities em geral, inclusive não agrícolas, soma US$ 360 bilhões, ante US$ 10 bilhões há uma década, e conforme o banco Barclays Capital, de Londres, o fluxo líquido de aportes adicionais nos índices de commodities deve fechar o ano próximo de US$ 60 bilhões.

Dispostas as cartas conhecidas na mesa, restam ao crescente número de observadores preocupados com a novamente galopante "agroinflação" global a expectativa de que as medidas que vêm sendo adotadas pelo governo chinês para frear a inflação de fato arrefeçam o apetite do gigante e a esperança de que mais esse ciclo agrícola ascendente perca força ainda no primeiro semestre, com as definições sobre a próxima safra de cereais e grãos (2010/11) no Hemisfério Norte - que tende a ser grande justamente em virtude da tendência de que os preços estejam remuneradores quando os produtores decidirem quanto vão plantar.

Certezas "altistas" e dúvidas "baixistas" também norteavam os cenários traçados pelos especialistas em commodities agrícolas no fim de 2009. A diferença básica é que as perspectivas apontavam para uma oferta global gorda nos primeiros meses de 2010. A bonança se confirmou e os preços chegaram a ceder um pouco, apesar da China, mas vieram os problemas climáticos sobre a produção de grãos na região do Mar Negro a partir do fim do primeiro semestre e novas disparadas aconteceram.

Para efeito da inflação dos alimentos, soja, milho e trigo, referenciados na bolsa de Chicago, são os produtos agrícolas cujas altas aprofundadas pela crise na Rússia, que brecou suas exportações, e pela menor produtividade nos EUA mais preocupam. Mas também boa parte das mais importantes "soft commodities" (açúcar, algodão, café e suco de laranja), balizadas em Nova York, tiveram a oferta de exportadores - o Brasil entre eles - reduzidas por problemas climáticos e subiram com força em 2010. A exceção foi o cacau, que mesmo assim encerra o ano com potencial para subir com mais uma crise política em seu principal exportador, a Costa do Marfim.

Analistas, economistas e executivos das grandes tradings mundiais de grãos têm se esforçado para lembrar que os preços mantiveram-se relativamente acessíveis nas últimas três décadas e que todo ciclo, de alta ou de baixa, um dia termina. Em sua mais recente declaração pública, o CEO da americana Bunge, o brasileiro Alberto Weisser, previu preços ainda elevados em 2011, mas vislumbrou uma acomodação já em 2012.

A matéria é de Fernando Lopes, publicada no jornal Valor Econômico, resumida pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

PAULO LUIS HEINZMANN

SALVADOR DAS MISSÕES - Rio Grande do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 30/12/2010

Não acredito em alimentos muito baratos a médio e longo prazos, pois já não temos mais jovens no campo, na área de produção de alimentos.

O que então comeremos no futuro? Contratos? Ou Juros? Ou câmbio? Ou ainda acordos internacionais? NÃO!! Precisaremos de alguém aqui no campo produzindo alimentos, saudáveis e nutritivos, e para isso, os envolvidos nesta produção deverão ser MUITO BEM REMUNERADOS, pois só quem já trabalhou nesta atividade, sabe das dificuldades por que passam, desde problemas climáticos, de mercado, ausência de folgas semanais e férias, etc, etc, etc.

Só o tempo dirá...

Abraços a todos!!

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