Bruno Fernandes Sales Santos, produtor de ovinos, mestre em zootecnia, da Aries Reprodução e Melhoramento Genético Ovino - Abacus BioLimited, comentou que a perspectiva para o mercado ovino é muita boa, porém, o desafio é muito grande. "O Brasil precisa desesperadamente de algumas medidas e na minha opinião, uma delas é o entendimento entre processadores e produtores, no sentido de produção de qualidade e remuneração justa, sem prejuízos para nenhuma das partes. Distribuir os lucros através da cadeia seria a melhor maneira de estimular a estruturação da mesma".
Ricardo José de Almeida Silva, sócio proprietário do Confinamento Hovinotel Vale do Sol, de Sinop/MT, postou que os produtores deixam os poucos frigoríficos darem preços aos animais. "Vendo cordeiros de até 120 dias, animais de excelente qualidade, mas fico obrigado a vender minha produção pelo mesmo preço daquele que só cria por lazer ou para atravessadores. Temos que fazer uma política mútua de fidelidade com os abatedouros e eles com nós, maximizar nossos rebanhos na certeza de saber para quem vender, não ficar a mercê e ter que pedir "pelo amor de Deus, comprem meus animais". Este processo baixaria muito nossos custos".
Já Cristiane Rabaioli, zootecnista e diretora da Estância Celeiro, de Rondonópolis/MT, destacou que temos que buscar um equilíbrio de preços que compensem para a indústria e para o produtor. "De nada adianta se pagar R$ 5,00 o kg do cordeiro ao produtor, e essa carne chegar a gôndola do mercado com um preço que iniba a compra pelo consumidor, assim, estaremos trocando 6 por meia dúzia, pois o consumo reduzirá em função do alto preço, consequentemente, a compra também. Têm-se que enxergar a viabilidade para a indústria, pois ela é a compradora. E isso talvez seja um dos "senões" da atividade, já que o produtor não encontra viabilidade no preço que a indústria paga e a indústria não encontra resultado no preço que o produtor quer vender".
Na sua opinião, o que deve ser feito para equilibrar preços entre a indústria e o produtor de ovinos?
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Equipe FarmPoint
Christtofer Paiva de Oliveira
Curitiba - Paraná - Produção de Caprinos, Ovinos gado de leite,
postado em 08/02/2011
A resposta a isso continua sendo a informalidade. A informalidade hoje ao produtor rende muito mais do que negociar com a indústria. De que adianta pagar 4,50 no kg do cordeiro se o produtor conseque vender a carcaça a 12 o kg, em algumas regiões, com o preço de 4,50 não tem como produzir qualidade e carcaça de qualidade já que a terminação é feita no confinamento fazendo com que se distribua a quantidade ideal de ração para se ter um acabamento uniforme.
O problema todo que o produtor não vale nada para a maioria dos frigorificos porque sempre tem alquem quebrado precisando do dinheiro e a industria quer esse tipo de produtor. Minha opinião é que se não houver politica e gente seria a ovinocultura no brasil continuara a ser informal onde é a principal renda do criador de ovinos, todos falam que ela é ruim mais muitos produtores continuam na atividade por causa dela então para o produtor ela é melhor saida simples assim.
Aqui no sul so criamos ovinos por gosto por tradição,e como se ter um cachorro, esta enraizado em muitos municipios daqui, gostamos do animal e em muitas propriedade é criado apenas para se fazer uma boa carne final de semana com os amigos, não temos como investir para aumentar rebanho se nem locais de abate proximos existem. Ovinocultura ainda é familiar, onde o criador é o mais explorado em alguns momentos so serve como expeculação politica como sempre.
Tenho visto muitos produtores inicairem a atividade fazer investimentos altos e acabar com a atividade em menos de tres anos a 4 anos. Então pra mim a ovinocultura ainda não se tornou rentavel e muito menos profissional. Espero ver a coisa melhorar nos proximos anos ou a ovinocultura vai ser sempre uma atividade familiar e para aqueles que realmente gostam de criar o animal e para alguns sonhadores.