Uma série de dificuldades tumultuou a safra gaúcha de trigo, a exemplo de geadas, chuvas fortes, calor excessivo e doenças em geral. Com isso, a estimativa para a colheita local foi reduzida de 2,5 milhões para 1,5 milhão de toneladas, o que derrubou a projeção nacional de 7 milhões para 5,95 milhões de toneladas. O recorde, então, permanece com a já longínqua safra 1986/87 e suas 6,127 milhões de toneladas.
Os novos números recolocam o Paraná como o principal produtor de trigo do país, posto perdido em 2013 para os gaúchos, também em decorrência de problemas climáticos. O Paraná deve fechar este ano com uma colheita de 3,77 milhões de toneladas, nas contas da Conab.
Para a soja, cuja safra 2014/15 está na reta final de plantio, a expectativa cresceu de 90,54 milhões para 95,80 milhões de toneladas. Se confirmada, a produção será 11,2% superior às 86,12 milhões de 2013/14 - e, nesse caso sim, um novo recorde. Mato Grosso, líder na produção da oleaginosa, deve colher 28,21 milhões de toneladas, 6,71% acima do ciclo anterior.
A Conab informou que as previsões meteorológicas sinalizam a "possibilidade de uma estabilidade futura nos volumes de chuvas, essencial para o bom desenvolvimento das plantas". A perspectiva de área plantada com soja também foi levemente elevada, de 31,28 milhões para 31,66 milhões de hectares, 4,9% acima da temporada passada. Essas perspectivas mais otimistas para a oleaginosa no Brasil influenciaram as negociações da commodity na bolsa de Chicago: os contratos para março fecharam em baixa de 1,61%, a US$ 10,3850 por bushel.
A Conab também revisou ligeiramente para cima sua previsão para a primeira safra (safra de verão) de milho no país. A autarquia projetou uma colheita de 29,27 milhões de toneladas, ante as 28,71 milhões apontadas no mês passado. O volume, entretanto, ainda é 7,5% inferior às 31,65 milhões de toneladas da temporada passada.
Em relação à segunda safra de milho (a safrinha), que será plantada na sequência da colheita da soja, no início de 2015, a Conab continua a estimar uma colheita de 49,41 milhões de toneladas, 2,4% à frente de 2013/14. Assim, a expectativa é de uma queda de 2,8% na área total de milho no país, para 15,36 milhões de hectares, e de baixa de 1,5% na colheita, para 78,68 milhões de toneladas.
A previsão para a safra total de grãos em 2014/15 é de 201,5 milhões de toneladas, avanço de 4,2% em relação ao ciclo passado. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também divulgou ontem suas estimativas, a produção em 2015 tende a crescer 3,9% na comparação com 2014, para 202,1 milhões de toneladas. (Colaborou Alessandra Saraiva, do Rio).
A notícia é do Jornal Valor Econômico.
Envie seu comentário: