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Conab estima produção menor para o trigo e maior para a soja

postado em 11/12/2014

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O novo recorde na colheita brasileira de trigo, tão aguardado em 2014, não deve se concretizar. Relatório divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxe um corte de um milhão de toneladas na previsão para a safra do cereal este ano, devido a intempéries no Rio Grande do Sul. No caso da soja, apesar do atraso inicial do plantio no país, a perspectiva é de tempo favorável ao desenvolvimento das lavouras, o que fez a autarquia elevar em 5 milhões de toneladas a previsão para 2014/15.

Uma série de dificuldades tumultuou a safra gaúcha de trigo, a exemplo de geadas, chuvas fortes, calor excessivo e doenças em geral. Com isso, a estimativa para a colheita local foi reduzida de 2,5 milhões para 1,5 milhão de toneladas, o que derrubou a projeção nacional de 7 milhões para 5,95 milhões de toneladas. O recorde, então, permanece com a já longínqua safra 1986/87 e suas 6,127 milhões de toneladas.

Os novos números recolocam o Paraná como o principal produtor de trigo do país, posto perdido em 2013 para os gaúchos, também em decorrência de problemas climáticos. O Paraná deve fechar este ano com uma colheita de 3,77 milhões de toneladas, nas contas da Conab.

Para a soja, cuja safra 2014/15 está na reta final de plantio, a expectativa cresceu de 90,54 milhões para 95,80 milhões de toneladas. Se confirmada, a produção será 11,2% superior às 86,12 milhões de 2013/14 - e, nesse caso sim, um novo recorde. Mato Grosso, líder na produção da oleaginosa, deve colher 28,21 milhões de toneladas, 6,71% acima do ciclo anterior.




A Conab informou que as previsões meteorológicas sinalizam a "possibilidade de uma estabilidade futura nos volumes de chuvas, essencial para o bom desenvolvimento das plantas". A perspectiva de área plantada com soja também foi levemente elevada, de 31,28 milhões para 31,66 milhões de hectares, 4,9% acima da temporada passada. Essas perspectivas mais otimistas para a oleaginosa no Brasil influenciaram as negociações da commodity na bolsa de Chicago: os contratos para março fecharam em baixa de 1,61%, a US$ 10,3850 por bushel.

A Conab também revisou ligeiramente para cima sua previsão para a primeira safra (safra de verão) de milho no país. A autarquia projetou uma colheita de 29,27 milhões de toneladas, ante as 28,71 milhões apontadas no mês passado. O volume, entretanto, ainda é 7,5% inferior às 31,65 milhões de toneladas da temporada passada.

Em relação à segunda safra de milho (a safrinha), que será plantada na sequência da colheita da soja, no início de 2015, a Conab continua a estimar uma colheita de 49,41 milhões de toneladas, 2,4% à frente de 2013/14. Assim, a expectativa é de uma queda de 2,8% na área total de milho no país, para 15,36 milhões de hectares, e de baixa de 1,5% na colheita, para 78,68 milhões de toneladas.

A previsão para a safra total de grãos em 2014/15 é de 201,5 milhões de toneladas, avanço de 4,2% em relação ao ciclo passado. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também divulgou ontem suas estimativas, a produção em 2015 tende a crescer 3,9% na comparação com 2014, para 202,1 milhões de toneladas. (Colaborou Alessandra Saraiva, do Rio).

A notícia é do Jornal Valor Econômico.

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