Rossi, com 67 anos, chegou ao ministério em março de 2009, indicando a vitória de Temer sobre o antecessor Reinhold Stephanes (PMDB), que preferia o secretário-executivo da Pasta, José Gerardo Fonteles. Passou também, a partir de indicações do vice-presidente eleito Michel Temer, pela a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre 2007 e 2010.
Em suas passagens pela estatal foi citado em suspeitas de irregularidades. Na Conab, onde era responsável por gerenciar um Orçamento de mais de R$ 5,5 bilhões, uma auditoria do Tribunal de Contas da União apontou problemas ao longo de várias gestões nas áreas de armazenagem e jurídica da estatal. O pente-fino do TCU, feito dois anos e meio depois de Rossi assumir a estatal, indicou problemas na gestão, como contratações irregulares. Rossi, à época, reconheceu os problemas e disse que estava corrigindo as "imperfeições". Na estatal, também foi acusado de lotear cargos, o que ele também nega.
No Ministério da Agricultura, a gestão de Rossi ainda é considerada "tímida" por parlamentares e pela Contag. O ministro tem boa aceitação na bancada ruralista, mas divide o agronegócio.
Para o empresário do etanol Maurílio Biagi, Rossi fez um bom trabalho na Pasta. "Se o Wagner continuar, estamos bem servidos. O ministério precisa ser político", disse Biagi, próximo ao deputado federal Antonio Palocci (PT-SP).
Já na análise de outro representante do agronegócio de São Paulo, o cargo pede alguém menos político. "A ligação dele no ministério é política, pelo Michel Temer. Ele é um político profissional. Não é o que a gente gosta. Preferimos pessoas que sejam do setor", afirmou. Na avaliação do empresário que pediu para não ser identificado, Rossi abriu bom diálogo com o segmento, mas não há segurança sobre o comprometimento do ministro com o empresariado. "Ninguém sabe o que ele pensa."
O secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris, também diz não saber quais são as propostas de Rossi. "Não conseguimos visualizar uma postura mais concreta do ministro sobre diferentes assuntos. Não temos conhecimento sobre ele. Não sabemos o que pensa sobre o Código Florestal, por exemplo. Stephanes, bem ou mal, se posicionava", comenta. "Tivemos mais conversa com Stephanes. Com Rossi não houve essa possibilidade e só conseguimos conversar com o segundo escalão do ministério", diz Rovaris.
A matéria é de Cristiano Agostine e Ruy Baron, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
Walter Jark Flho
Santo Antônio da Platina - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 09/12/2010
Conheci o deputado Stephanes na época em que era secretário da agricultura do Paraná . Em 1982 recebi uma visita ,quando ele novamente em campanha para deputado federal , estava conversando com os funcionários do setor público sobre suas propostas. Nunca esqueci aqule bate-papo . Principalmente quando falava sobre o critério que a grande maioria dos políticos usam para indicar pessoas para serem seus colaboradores nos mais diferentes cargos. Normalmente , dizia ele , as pessoas indicadas são de um circulo muito pequeno . Predomina a amizade ,e aspectos técnicos , capacidade gerencial ,nem sempre são levados em conta. Mais recentemente , li uma entrevista em que ele dizia que seus assessores deveriam ter qualificação superior a dele . Procurava se cercar de pessoas com mestrado , doutorado que garantissem as questões técnicas de sua gestão .
Hoje , acompanhando a nomeação dos ministros , a palavra mais utilizada é Cota. Cada partido tem sua cota de ministros . E, cada partido nomeia exclusivamente por critérios políticos . Parece que o atual Ministro da Agricultura
não vai aproveitar as prováveis lições que o anterior, Stephanes , deixou.