Na semana passada, o banco de investimento brasileiro BTG Pactual, controlador da Gama, divulgou uma proposta pra fundir o Pão de Açúcar com as operações brasileiras do Carrefour. No entanto, o Casino estava se preparando para assumir o controle da varejista brasileira em 2012, com base em um acordo de acionistas anterior, e classificou o plano da Gama de hostil e ilegal.
Sinergias
O Carrefour informou que seu conselho diretor considerou que o plano está totalmente em linha com a estratégia da companhia de fortalecer sua presença em seus principais mercados de crescimento e criará valor para o grupo. Sinergias anuais estão sendo calculadas entre 600 bilhões de euros e 800 bilhões de euros, segundo o Carrefour.
Se a transação for concluída, o Carrefour aumentará significativamente sua exposição a mercados em crescimento, que corresponderão a mais de 40% de suas vendas consolidadas em 2013, disse a companhia. "A entidade resultante da fusão se beneficiaria do conhecimento do Carrefour e do CBD sobre o formato de hipermercados, da posição forte do CBD no segmento de supermercados e da liderança do Carrefour em 'Cash & Carry'. A companhia também seria um líder no mercado de rápido crescimento para aparelhos domésticos por meio das marcas Ponto Frio e Casas Bahia", acrescentou o Carrefour.
A decisão do conselho do Carrefour é condicionada à aprovação do Pão de Açúcar à proposta da Gama e à aprovação do conselho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fusão de hipermercados preocupa associação de defesa do consumidor
A fusão entre o Pão de Açúcar e Carrefour precisa ser muito bem definida para que os consumidores não sofram prejuízos, segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). "Principalmente quando você está falando de um mesmo segmento, porque está tendo aí um grande percentual de concentração", disse à Agência Brasil a coordenadora institucional do Proteste, Maria Inês Dolci. Ela citou como exemplo a fusão entre os frigoríficos Sadia e Perdigão, do setor de alimentos.
"Quando você tem uma concentração grande e redução de mercado, há menos opções para o consumidor e nem sempre o preço é benéfico", acrescentou Maria Inês. Segundo ela, a redução da concorrência torna o consumidor, às vezes, refém das empresas que têm um ganho grande em termos de escala, isto é, têm um poder de compra melhor e nem sempre repassam os benefícios aos clientes.
Maria Inês Dolci mostrou preocupação com a possibilidade de uma diminuição da concorrência resultar em alteração de preços que não beneficie o consumidor. "Sem contar que ele não vai ter qualquer opção ou forma de escolher no mercado e de trazer concorrência para aquele setor, para ter melhoria na qualidade, investimentos em tecnologia. Esse é o ponto que preocupa a Proteste."
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também manifestou temor com relação à elevação dos preços. Segundo o gerente de Informação do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira, "a concentração no varejo pode levar a uma elevação dos preços, já que diminui a concorrência e as margens de negociação entre fabricantes e comércio ficam mais estreitas".
Na avaliação do professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), Frederico Rocha, a fusão entre as redes supermercadistas Pão de Açúcar e Carrefour "implica uma concentração de mercado substantiva". Segundo ele, o primeiro problema que a fusão pode trazer é o aumento dos preços, "porque as empresas ganham maior poder de monopólio". Essa deve ser, enfatizou, a preocupação principal das autoridades da área de defesa da concorrência. Para ele, essa concentração pode significar a redução de capacidade produtiva no Brasil. "Acho que vai reduzir o número de lojas e, por isso, pode haver impactos negativos sobre o emprego".
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo e Agência Brasil, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Helio Zancopé Filho
Goiânia - Goiás - Produção de gado de corte
postado em 04/07/2011
Nessa briga é " LEÃO COMENDO LEÃO " quero ver de camarote qual ossada vai sobrar.