Ele baseia a análise na fatia significativa que essas regiões representam na massa de renda formada pelos que ganham até um salário mínimo, incluindo trabalhadores da ativa e pensionistas e aposentados da Previdência Social. A Região Nordeste, por exemplo, responde por 35,2% da massa de renda dos que recebem até um salário mínimo. No caso da Região Norte, essa fatia é de 27% - a média do País é de 20,7%. "O impacto do salário mínimo no consumo não é desprezível regionalmente", ressalta o economista.
De olho nesse potencial, a Coca-Cola Brasil está animada com as perspectivas de aumento de vendas para os próximos anos. "Estamos acelerando significativamente os investimentos", afirma o vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da empresa, Marco Simões. Para o período 2010/2014, a companhia vai investir R$ 11 bilhões em fábricas, infraestrutura, comunicação e linhas de produtos.
Os empresários não estão atentos só para aumento de vendas, mas também para o crescimento dos custos da mão de obra provocado pela alta do mínimo. Paulo Valente, presidente do Grupo Paramount, que atua na fabricação de fios, tecidos de malharia, confecções e ainda em lojas no varejo de vestuário, diz que já considerou no planejamento deste ano o aumento no custo com a mão de obra.
"O aumento do salário mínimo já está na conta do orçamento dos gestores públicos e privados. As grandes empresas fazem planejamento com um ano e meio de antecedência", conta o diretor da RC Consultores, Fabio Silveira. Ele acredita que, se a economia continuar crescendo, as empresas vão ampliar os investimentos em tecnologia e reduzir o ritmo de contratações já no segundo semestre deste ano.
Outro impacto importante do aumento do salário mínimo recai sobre os gastos públicos, que incluem salário do funcionalismo público e pensionistas da Previdência Social. A LCA Consultores projeta uma despesa extra de R$ 22 bilhões em 2012 por causa do aumento do mínimo. A consultoria Tendências calcula um acréscimo de R$ 23,5 bilhões. A MB Associados considera a ampliação dos gastos públicos, em razão do reajuste do salário mínimo, o efeito mais negativo na economia porque significa um aumento de despesas permanentes.
A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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