As projeções apontam para um crescimento de R$ 150 bilhões nos gastos das famílias brasileiras este ano, o que pode elevar o consumo total para mais de R$ 2,1 trilhões. É um número recorde, que ajuda a explicar a alta popularidade do presidente Lula no fim do segundo mandato. Uma combinação de fatores positivos provocou essa explosão: crescimento econômico, forte expansão do crédito, geração de empregos, aumento dos salários, câmbio valorizado e inflação controlada.
"O crescimento é a base, a inflação sob controle mantém o poder de compra e o crédito promoveu a alavancagem do consumo", disse o economista do JP Morgan, Júlio Callegari. Ele ressalta que o crédito ao consumidor (excluindo o imobiliário) saiu de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002 para 14,8% em 2009 - um patamar semelhante ao dos países ricos.
O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, explica que, no início do governo Lula, o crescimento do consumo ficou concentrado nas classes mais baixas, que foram beneficiadas pelos reajustes do salário mínimo e pelos programas sociais, como o Bolsa-Família.
Na sua opinião, o grande impulsionador do consumo foi o avanço da classe C, que se consolidou a partir de 2005, quando a economia entrou em uma dinâmica positiva - maior crescimento e juros em queda. A participação da classe C no total de famílias brasileiras saiu de 23,7% em 2002 para 25,3% em 2005, e atingiu o recorde de 31,8% no ano passado.
"O Brasil ainda está nascendo para o consumo. O potencial é muito maior", disse Vale. Mais de 60% das famílias brasileiras são consideradas pobres e fazem parte das classes D e E. A MB projeta que, se a expansão da economia persistir, a classe C vai se tornar a maioria da população em 2016.
As informações são do Estado de São Paulo, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
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