Pelas regras da ONU (Organização das Nações Unidas), um acordo precisa de unanimidade para vigorar. Neste caso, no entanto, essa unanimidade exigia a conciliação de interesses de países exportadores de petróleo com os de ilhas tropicais preocupadas com as elevações do nível do mar o que, afinal, se mostrou impossível.
Sexta-feira (18), durante todo o dia, os chefes de Estado realizaram reuniões para tentar chegar a um acordo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pôs na mesa a possibilidade de "dar dinheiro" para o fundo que ajudaria países em desenvolvimento a adotar medidas pelo clima. "Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos colocarmos de acordo com uma proposta final aqui". Não funcionou. Por fim, tentou conciliar os gigantes poluidores Wen e o americano Barack Obama na busca de uma linguagem adequada para atender aos dois antagonistas.
Durante a madrugada, o diálogo só piorou. O texto pré-aprovado pelo total de 30 países ricos, emergentes ou em desenvolvimento, foi barrado por países como Tuvalu, Venezuela, Bolívia, Cuba e Sudão, para quem a adoção de um acordo com o qual não tinham colaborado não era uma opção. Houve intensos debates.
No sábado (19), o presidente da Conferência, o primeiro-ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen, fez uma pausa de algumas horas na sessão para consultar com os advogados uma possível saída. O meio encontrado foi a "tomada de nota" que, de acordo com o diretor da ONG Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Preocupados) Alden Meyer, significa que "há status legal suficiente para que o acordo seja funcional, sem que seja necessária a aprovação pelas partes".
O acordo pré-aprovado que Obama definiu como "insuficiente", trazia como metas limitar o aquecimento global a 2ºC e criar um fundo que destinaria US$ 100 bilhões todos os anos para o combate à mudança climática, sem nenhuma palavra sobre metas para corte em emissões de CO2, a grande expectativa da cúpula que era pra ser a maior do século.
Diante do inevitável fiasco de Copenhague, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou uma nova reunião para Bonn, na Alemanha, em junho. A próxima COP está marcada para dezembro de 2010 no México.
A reportagem é da Folha de São Paulo Online, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
Rafael Henrique Ruzzon
Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Produção de gado de corte
postado em 29/12/2009
Estas pessoas deviam ter vergonha de fazer um movimento deste tamanho, e voltarem dizendo que não houve acordo, que foi um fracasso, um fiasco.
Isto tira a credibilidade desses governos e a importância que estas pessoas dão a este assunto.