A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em relação ao aumento, divulgou nota em que diz que "errar é humano, mas persistir no erro é burrice". "O aumento é antes de tudo um erro. No mesmo dia em que o IBGE informa crescimento de 6% do PIB no primeiro semestre de 2008 - um ensaio ainda tímido quando olhamos os demais países emergentes, o Banco Central persiste no erro de comprometer o futuro do Brasil", afirma a Fiesp em comunicado divulgado à imprensa e assinado pelo presidente da instituição, Paulo Skaf.
Segundo a Fiesp, o Copom voltou a usar como argumento para a alta dos juros a necessidade de brecar a inflação, entretanto, não se trata de aumento de custos internos, mas de uma inflação "importada do exterior em razão dos preços das commodities internacionais, particularmente nos alimentos", afirma. A Fiesp diz ainda que o governo está repetindo uma "sucessão de erros", sem considerar que a inflação no Brasil já está mais branda.
Em nota oficial, a Força Sindical também criticou o aumento dos juros. "O aumento da taxa Selic determinado pelo Banco Central é desproporcional às expectativas de disparada da taxa inflacionária", avalia a Força, em nota assinada por seu presidente, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Para a entidade, a subida dos preços das mercadorias foi provocada pela redução da oferta e não pela demanda. "Por isso o aumento do juro básico é colossal, inoportuno e inconveniente."
A elevação do juro básico também foi considerada injustificada por Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Segundo ele, ainda assim, "tudo serve para justificar" a decisão da autoridade monetária, que elevou há pouco a Selic de 13% para 13,75% ao ano.
O dirigente se queixa que nem mesmo a redução dos preços dos alimentos nas últimas semanas "sensibilizou" o BC. Ao contrário, Szajman afirma que o BC aproveita para usar o fator de baixa internacional dos preços para sustentar a "vigilância" na inflação local. "Ocorre que essa teoria não valia quando os índices se aceleraram", disse, em nota enviada à imprensa.
Como resultado dessa política restritiva, Szajman lembra que deve continuar aumentando a dívida pública, a apreciação cambial e o déficit em transações correntes, além de novas reduções dos saldos comerciais. "E o cordeiro devorado pelo lobo será o crescimento econômico de 2009, que voltará a ser medíocre", conclui Szajman. O próximo encontro do Copom ocorrerá nos dias 28 e 29 de outubro. Com informações do jornal Valor Econômico e Folha de São Paulo.
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