A medida permitirá aos produtores elevar seus limites de crédito bancário a partir da reclassificação em níveis de risco menos elevados. Assim, teriam acesso a novos créditos, a juros teoricamente mais baixos para custeio, investimento e comercialização da safra 2008/09.
Para garantir esse direito, entretanto, os produtores terão que submeter as operações, caso a caso, a uma nova avaliação do banco. A medida também vale para operações com recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Lideranças rurais, auxiliadas pela bancada ruralista e o Ministério da Agricultura, faziam forte pressão sobre a área econômica do governo para "abrir a janela" à redução do nível de risco. Os bancos relutavam em aceitar uma nova resolução porque temem exposição maior ao risco de crédito em um momento de crise na área.
Após a liberação de até R$ 8,1 bilhões em recursos adicionais das exigibilidades bancárias e dos depósitos compulsórios, os bancos mostram disposição para reavaliar a rigidez anterior na reclassificação dos riscos das operações. Fontes da área bancária afirmam que devem emprestar mais recursos aos produtores que pagaram ao menos uma parte das dívidas já renegociadas.
Até agora, os bancos vinham optando pela reclassificação automática das operações renegociadas para os níveis de risco mais altos. Pressionados por uma forte elevação nos custos das lavouras, e pela redução nos financiamento das tradings no campo, os produtores pediam mais recursos aos bancos.
Mas os limites individuais já estavam "estourados" por causa do recente pacote de R$ 75 bilhões em renegociação das dívidas, anunciado em junho pelo governo. Apenas os produtores com risco máximo "C" - a escala vai de "AA" a "H" - obtinham crédito suficiente e barato nos bancos. Os demais, reclassificados com risco abaixo de "C", enfrentavam problemas para renovar o crédito.
A nova ação do governo soma-se à antecipação de R$ 5 bilhões em recursos do Banco do Brasil para operações de custeio e à elevação de 25% para 30% das exigibilidades sobre depósitos à vista, além da redução "carimbada", de 45% para 42%, nos depósitos compulsórios sem remuneração. O governo ainda avalia criar uma linha de R$ 1 bilhão para reforçar o capital das cooperativas de crédito e de produção agropecuária, além de elevar, de 65% para 70%, as exigibilidades sobre recursos da poupança rural e usar o excedente dos repasses do Tesouro Nacional aos fundos constitucionais - R$ 527 milhões até agosto - par financiar o comércio exterior do agronegócio.
As informações são de Mauro Zanatta para o jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.
francisco adarias soares filho
Araçatuba - São Paulo - Revenda de produtos agropecuários
postado em 18/10/2008
Até quando o produtor rural vai suportar esta situação?Todas as contas que são feitas para se plantar e produzir, não fecham com sinal +. Ainda mais quando se trata de pequeno produtor que depende de recursos de instituicões financeiras, as quais dizem ter recursos que até parece "cabelo de freira, vc sabe que existe mas ninguém ve". Porque os grandes produtores tem poder de barganha e tem financiamento direto das grandes empresas, não tendo que ficar "mendingando" junto aos gerentes dos bancos, que até parecem estar fazendo algum favor, que na realidade é obrigação.
O estado está começando a acordar para a realidade, falando em recursos para aquisição de maquinas agricolas, com juros baixos e prazo longo, só que tem um porem, só podera obter esta linha de crédito quem tem até 46 alq. nos quais se ele se adequar as leis ambientais, tirando as APP e Reserva Legal ele vai ter no máximo 32 alq. totalmente aproveitável, que com os valores de hoje dos produtos agricolas, posso apostar, apesar de meu pai me ensinar que ,"teimar você pode, mas apostar nunca", que teremos tratores aos montes para vender e ninguem para comprar, produtores endividados e talvez algum politico falando em dar anistia aos pobres produtores em troca de votos. E assim iniciaremos mais um ciclo vicioso.