Na avaliação do Banco do Brasil, pelo menos três fatores contribuíram para melhorar o perfil de pagamento dos agricultores. Uma delas foi a alta dos preços das commodities no mercado internacional até meados do ano passado, que ajudou a elevar a rentabilidade do produtor. A outra foi a disseminação do seguro agrícola, que reduziu a inadimplência dos que perderam suas colheitas em razão das alterações climáticas. Por último, o BB, segundo o gerente-executivo Antônio Carlos Chiarello, optou por ser mais cuidadoso em relação as aprovações de financiamentos.
"Além disso, houve uma elevação dos limites de financiamento a taxas de juros controladas [subsidiadas pelo Tesouro Nacional] para a safra 2011/12, que colaborou para aumentar a base de clientes habilitados a tomar crédito no banco", disse Chiarello.
Segundo o BB, de todos os fatores que ajudaram a reduzir a inadimplência, o seguro agrícola foi o mais importante. "O seguro precisa ser uma política permanente de governo", avalia Osmar Dias, vice-presidente de Agronegócio do banco. Para ele, basta analisar qualquer região do país depois de problemas climáticos. "Quem está melhor hoje? O produtor que contratou seguro ou quem rolou a dívida?", pergunta.
Os executivos do banco têm agido nos bastidores para tentar ampliar a subvenção do governo ao prêmio pago pelo produtor na contratação do seguro rural. O valor aprovado neste ano foi de apenas R$ 153 milhões, ante os R$ 257 milhões da safra passada. "É importante que tenhamos ajuda [do governo] na subvenção do seguro este ano. O orçamento aprovado é muito baixo para a necessidade de atingir um índice médio de 60% das propriedades seguradas", explica Dias.
"Quanto mais seguro e assistência técnica, menos o produtor vai atrasar o pagamento. No Rio Grande do Sul, mais de 90% do milho plantado e 85% da soja possuem seguro", afirma Dias.
Na safra atual, o BB já emprestou R$ 35,6 bilhões - entre julho de 2011 e março de 2012 -, um aumento de 24,5% em relação ao mesmo período da safra 2010/11, quando foram financiados R$ 28,5 bilhões. Desse total, os produtores empresariais obtiveram R$ 28,3 bilhões e os agricultores familiares, outros R$ 7,2 bilhões.
As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Envie seu comentário: