Francisco Pastor, diretor da Feira Internacional de Caprinos e Ovinos (Feinco), em entrevista ao programa "Panorama do Brasil", comandada por Roberto Müller, com participação de Ana Paula Quintela, do jornal DCI, e Milton Paes, da rádio Nova Brasil FM, afirma que há espaço para a expansão deste segmento. "Diante da crise, eu estou projetando um crescimento de 20% dos negócios da feira este ano. No nosso setor, quem disser que está em crise, está mentindo", afirma Pastor.
No entanto, segundo o diretor da Feinco, o que falta para o País deslanchar é a organização da cadeia produtiva. Hoje, Uruguai, Nova Zelândia e Austrália são os grandes líderes mundiais de exportação de caprinos e ovinos. No Brasil, apenas 20% desse tipo de carne é produzida em território nacional. Os 80% restantes vêm principalmente do Uruguai.
Pastor ressalta a falta de hábito do brasileiro de consumir cordeiro, mas, por outro lado, alerta de que agora não é o momento para incentivar a demanda interna, porque o País não tem condições, no momento, de atendê-la.
Para atender essa demanda interna, Pastor diz que "a maior necessidade é o abatedouro e o frigorífico estarem próximos dos pólos de produção. Antigamente, abater um cordeiro ou um cabrito era difícil porque, para conseguir um abatedouro, você tinha de se deslocar muito. Hoje, muitos abatedouros vêm se adaptando. Abatedouros de suínos abatem caprinos e ovinos, mas para isso eles têm de fazer uma adaptação sanitária e cumprir algumas formalidades. Ainda falta muito para a situação ser a ideal. Mas lidamos com um mercado crescente, uma atividade rentável."
Quando questionado sobre a crise, Pastor diz que a caprino-ovinocultura é uma excelente alternativa de negócio para empresários que atuam em diversos segmentos. "Muitos criadores médios, por exemplo, não têm capital disponível para fazer uma expansão que acompanhe essa lucratividade. É uma atividade rentável. Dentro dessa crise, nós temos um setor demandante. Nós temos solicitações de exportação."
"Quem se destaca na América Latina é o Uruguai, que é o grande exportador. No entanto, o rebanho uruguaio foi reduzido em 50% nos últimos anos, panorama que não configura uma perspectiva muito fácil. Nova Zelândia e Austrália são os maiores exportadores mundiais desse tipo de carne. E, hoje, a Irlanda vem se firmando porque está se organizando há bastante tempo com produtos de extrema qualidade."
As informações são do jornal Diário do Comércio e Indústria/SP, resumidas e adaptadas pela equipe FarmPoint.
Renato Mocellin Lopes
Guarapuava - Paraná - Produção de caprinos de corte
postado em 16/02/2009
Em um cenário ótimo, com expansão econômica em diversos setores, baixo índice de desemprego e indústrias buscando novas alternativas de negócios, não se consegue organizar tais cadeias produtivas, tal será que isso acontecerá neste momento.
A ovinocultura e a caprinoculutra lutam por muitas décadas pela tão sonhada estruturação de cadeia, que nunca chega. Viabilizar plantas frigoríficas e falar em exportação neste momento... Nem o dever de casa foi feito. Parabéns pelo otimismo.